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5 etapas para melhorar a abordagem da indústria de engenharia e construção para a gestão de riscos

O setor da construção é influenciado por diversos fatores externos – como de logística, operacionais, ambientais, técnicos, entre outros –, os quais podem causar mudanças, impacto nos custos, atrasos e até mesmo inviabilização de projetos. Essa é a razão pela qual a gestão de riscos deve ser uma parte fundamental do planejamento e gerenciamento de obra.

A boa notícia é que com um plano bem elaborado grande parte dos riscos pode ser gerenciada e mitigada. Para abordar o tema, compartilhamos com você cinco etapas para que empresas de engenharia e construção consigam melhorar a abordagem das ameaças inerentes ao setor.

As etapas estão descritas por Frank Malangone, diretor sênior de estratégia de produto e setor da Oracle Construction and Engineering, em um artigo publicado por ele na Risk Management (A Broader View of Construction Risk Management, em português Uma visão mais ampla da gestão de riscos de construção). Para este post da Glic, acrescentamos também um pouco da nossa visão. Boa leitura!

Identifique os riscos

Dentre os mais variados riscos de engenharia e construção estão os relativos à segurança, contratos mal redigidos, má gestão de projetos, escassez de mão de obra, aumento inesperado dos custos dos materiais, problemas com fornecedores, desastres naturais, roubo ou danos nos equipamentos e ferramentas etc.

A lista pode seguir, mas o importante aqui é entender que como cada projeto é único o ideal é fazer uma análise dos riscos que podem afetar o projeto em questão. Ao fazer isso todos os envolvidos tornam-se muito mais bem preparados em dar as respostas ideais (veremos essa etapa mais adiante).

A análise dos riscos deve ser feita preferencialmente na etapa de pré-construção do projeto. Para tal, sessões de brainstorming podem ser conduzidas com as partes interessadas e a equipe do projeto. Em termos práticos, o foco deve ser em identificar o maior número possível de cenários que podem acarretar problemas.

Como explicamos neste post, a criação de cenários contempla o ambiente externo e interno, isto é, ambos devem ser analisados. A cada cenário criado, os envolvidos fazem uma análise das possíveis causas e consequências. Caso queira se aprofundar um pouco sugerimos a leitura: Como utilizar a criação de cenários para fazer o gerenciamento de riscos?

Para essa atividade, certifique-se de contar com uma equipe multidisciplinar. Outra recomendação é revisar projetos anteriores que tenham o mesmo escopo e localização, de modo que seja possível ter uma melhor visão dos riscos que podem surgir.

Ainda, como Malangone lembra em seu texto, na gestão de riscos “é impossível identificar e gerenciar todos os riscos. Portanto, a equipe deve concordar com os eventos mais prováveis de ocorrer e que tenham o maior impacto. Esses são os fatores que eles monitorarão e buscarão gerenciar”.

A fim de tentar identificar o maior número possível de riscos em cada cenário e evitar surpresas indesejadas, conheça algumas boas práticas em riscos de projetos.

Avalie a exposição

Os riscos foram identificados, mas segundo comentamos em outra oportunidade não basta apenas fazer a análise. A equipe de gestão de riscos precisa determinar a probabilidade de ocorrência de cada risco, bem como os impactos nos custos e cronogramas. Existem algumas metodologias/ferramentas para isso.

Uma delas é por meio da matriz de impacto x probabilidade, indicada para identificar quais riscos deverão ser tratados com mais urgência, o que garante a priorização dos esforços para gerenciá-los. Não nos alongaremos aqui na explicação de como funciona a matriz, mas você pode encontrar informações neste artigo.

Outra maneira é com a Análise de Monte Carlo, também citada por Malangone. Como já explicamos no blog da Glic Fàs, o Método de Monte Carlo fornece ao tomador de decisão uma série de resultados possíveis, bem como as probabilidades de ocorrência desses resultados conforme a ação a ser tomada.

O alerta que Malangone faz é que conduzir a Análise de Monte Carlo por meio de uma planilha não é adequado para gerenciar projetos grandes e complexos com milhares de pontos de dados que podem mudar com frequência, incluindo calendários, recursos e as relações entre eles. Para cenários mais complexos é melhor usar um aplicativo de gestão de riscos.

Determine uma estratégia de resposta

Na gestão de riscos existem ameaças que não podem ser evitadas, como as condições meteorológicas que são capazes de parar uma construção. Todavia, uma vez que os riscos forem previstos, a equipe consegue elaborar um cronograma que se adeque a eles, como também adequar custos.

Portanto, tenha a certeza de determinar a resposta que será dada para cada risco. Tipos de respostas incluem: evitar, reter, reduzir, transferir ou explorar o risco.

Comunique

Quando os riscos tiverem sido identificados e as estratégias de mitigação definidas, compartilhe todas as informações com o proprietário do projeto. Além de mostrar-se proativo, essa atitude permitirá, nas palavras de Malangone, que os contratados se envolvam e tenham a oportunidade de discutir os riscos, as estratégias de mitigação e o impacto potencial no cronograma e custo do projeto.

Monitore, adapte e repita

Como nos ensina a gestão de riscos, analisar os riscos na fase inicial de um projeto não é suficiente. Isso porque durante a construção propriamente dita novos riscos podem surgir e é provável que algumas mudanças precisem ser efetuadas. Por esse motivo, é importante realizar constantemente reuniões com a equipe de projetos e os stakeholders em todo o ciclo de vida do projeto.

Os encontros servirão para que todos revisem e reforcem os esforços sendo/a ser realizados, como também para que, se for o caso, identifiquem problemas que podem surgir. “Com mais informações sobre cada risco e o impacto de várias estratégias de mitigação, os gerentes de projeto podem tomar decisões mais consistentes sobre o melhor caminho a seguir”, escreve Malangone.

Concluindo

Lembre-se que para uma boa gestão de riscos de engenharia e construção é necessário contar com um alto nível de colaboração e comunicação com todas as partes envolvidas. Quando todos são informados e trabalham juntos existe uma maior garantia de que os riscos serão identificados e gerenciados antes que se tornem um problema.

Para exemplificar, compartilhamos um cenário descrito por Malangone: “se houver uma grande probabilidade de falta de mão de obra em um futuro próximo, a equipe pode determinar que o custo das horas extras necessárias para manter o projeto dentro do cronograma é menor do que as penalidades incorridas se o projeto não for concluído no prazo. Essas mesmas decisões podem ser tomadas no nível do programa, onde um gerente pode decidir pausar um projeto específico no portfólio para alocar recursos para outro projeto que apresenta maior risco e impacto de custo”.

Enfim, como você pode ver, a gestão de riscos torna os projetos de construção mais eficientes e práticos. Se precisar de ajuda, veja aqui como a Glic Fàs atua na consultoria de gerenciamento de riscos.

Este post foi útil? Compartilhe-o com seus colegas. Para mais conteúdo como este, e para ficar por dentro de boas práticas da gestão de negócios, visite o Glicando, o blog da Glic Fàs.

Créditos imagem principal: Pixabay por Borko Manigoda.

Créditos imagem principal: Pixabay por Pashminu Mansukhani.

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