Pedir ajuda no trabalho é visto por muitos como sinal de fraqueza. Às vezes, a pessoa tira alguma dúvida uma vez, pede uma ajuda em um outro momento, mas o medo de ser julgada negativamente a impede de procurar uma “mãozinha” quando está com algum problema para resolver.
Muitas vezes, isso faz com que o indivíduo acabe perdendo um tempo desnecessário tentando acertar ou até procurando descobrir algo sozinho, quando ele poderia olhar para o lado e buscar um socorro. Isso ocorre porque o ato de pedir ajuda é visto como um sinal de fraqueza, mas na verdade, pode representar a diferença entre o fracasso e o sucesso.
Logicamente, isso não significa que devemos pedir ajuda a todo momento, afinal, todos estão ocupados fazendo o seu trabalho. Por isso, neste texto abordaremos dois pontos:
Boa leitura!
O ambiente corporativo é um local no qual queremos demonstrar o máximo de experiência, competência e confiança possíveis, como escreve Heidi Grant neste texto sobre pedir ajuda no trabalho. Isso, por si, já forma uma barreira e nos impede de procurar um auxílio, mas existem ainda outros mitos envolvidos.
Para falar sobre o que está por trás do medo de pedir por um socorro no trabalho, recorremos a um artigo escrito por Vanessa K. Bohns, professora de comportamento organizacional, e publicado na Harvard Business Review. De acordo com ela, os mitos são:
Sinal de fraqueza ou até de incompetência, o primeiro mito diz respeito a nos sentirmos mal quando precisamos de ajuda. Contudo, a autora cita uma pesquisa que mostrou que pessoas que precisaram de uma mão e demonstraram isso, não foram percebidas como piores colaboradores ou sendo mais fracas em alguma competência.
Na realidade, ao enfrentar uma tarefa difícil e reconhecer que precisa de ajuda, a pessoa – ainda de acordo com o estudo citado por Bohns – foi vista de maneira positiva. A conclusão sobre este primeiro mito é que, apesar de o ato de buscar ajuda expor nossas limitações de alguma maneira, os colegas são menos prováveis a ter um julgamento negativo do que nós imaginamos.
Quem é que não tem medo de ouvir um “não”? Se esse não for o seu caso, melhor, mas o receio de escutar uma resposta negativa é o que trava muitas pessoas de solicitarem auxílio.
Em muitos casos, esse “não” nem é pelo fato de que a pessoa tenha má vontade, mas sim porque está sobrecarregada. Todavia, Bohns cita uma pesquisa que parece mudar essa visão, pois mostra que as pessoas não apenas estão dispostas a ajudar, como também não se importam – e até se dispõem – em dispensar um tempo.
O texto da HBR menciona dois estudos:
Como Bohns escreve, “isso significa que não apenas as pessoas têm mais probabilidade de dizer ‘sim’ do que pensamos, mas, quando concordam e vão contra as expectativas, tendem a ir além”.
Ao querer pedir ajuda, o indivíduo geralmente acaba se concentrando mais no esforço e na inconveniência que está impondo, quando deveria pensar no benefício que está prestando a um colega. Por exemplo, quantas vezes você, na sua carreira profissional, já parou o que estava fazendo para ajudar alguém? Qual sentimento teve?
Para falar sobre isso, Bohns cita uma outra pesquisa que relata que o ato de contribuir com um colega é benéfico até para o humor. Além disso, fornece o benefício de criar uma certa conexão social. Isso vale, inclusive, para quem está no home office: “mesmo estando fisicamente distantes das pessoas, podemos manter e até fortalecer nossos relacionamentos pedindo apoio”, escreve a autora.
Se existem mitos por trás do medo de buscar um auxílio, é verdade também que devemos saber quando podemos fazê-lo. Um dos casos é quando a pessoa não tem ideia do que precisa ser feito porque está cheia de dúvidas, ou porque realmente não entendeu.
Nessas situações, não pedir ajuda não apenas atrapalhará o andamento da atividade, como poderá comprometer o resultado. Torturar-se tentando realizar algo que não foi bem compreendido poderá fazer com que pareçamos teimosos e até incompetentes.
Outra situação é quando temos muito a fazer. Isso pode ocorrer quando não sabemos dizer não, ou quando achamos que precisamos dar conta de tudo para parecermos produtivos. Entretanto, quando alguém atinge seu limite, torna-se humanamente impossível que consiga executar tudo com qualidade e dentro do prazo. Em casos como esse uma ajuda será muito bem-vinda.
Ainda, pedir o auxílio de um colega é perfeitamente natural – e indicado – quando um erro é cometido. Está certo que ninguém gosta de errar, mas quando isso acontece, a pior coisa a fazer é calar-se e torcer para ninguém perceba. Por isso, se um deslize foi cometido, certifique-se de ir atrás das pessoas certas para ajudarem. Pode ser constrangedor, pode ser até motivo de algum puxão de orelha, mas no final, será melhor reconhecer o erro – e reconhecer que precisa de ajuda – do que calar-se por orgulho.
Como procuramos mostrar, pedir ajuda não é um sinal de fraqueza. Entendemos que nem sempre seja fácil, mas sabemos também que muitas vezes se trata de algo essencial. E caso você peça ajuda e receba uma negativa, não leve para o lado pessoal. Bohns, em seu artigo, lembra que um “não” pode ter muito mais a ver com forças circunstanciais, especialmente em períodos de crises, quando todos ficam sobrecarregados, do que algo mais particular.
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