Como comentamos em outro artigo, nós, em nossas vidas pessoais, estamos cercados dos chamados eventos prováveis de ocorrerem. Quer um exemplo clássico? Ao comprarmos uma casa nos antecipamos à probabilidade de sermos roubados e instalamos alarmes.
Da mesma maneira que os riscos fazem parte do nosso dia a dia, eles também estão presentes nas rotinas de uma organização. Essencialmente, a linha divisória entre um negócio de sucesso e um não tão bem-sucedido é a sua capacidade de conseguir reagir eficazmente às ameaças e extrair o máximo das oportunidades. A isso damos o nome de Gestão de Riscos, questão que deve ser tratada com muita importância pelas empresas.
Entendemos que pode haver obstáculos para adotá-la com sucesso. Como ela precisa fazer parte da cultura da empresa, sua adoção pode representar uma mudança significativa. Sendo assim, é importante ter em mente que a aplicação da Gestão de Riscos nas organizações exigirá compromisso e adesão da gerência, bem como uma comunicação clara para todos os níveis hierárquicos sobre seus benefícios para os negócios.
Para implementar o Gerenciamento de Riscos é fundamental conhecer seus elementos e saber quais são as boas práticas para que o mesmo seja executado com eficácia. Para falar sobre essas duas questões, convidamos você a seguir na leitura deste artigo.
A Gestão de Riscos nas empresas segue um processo contínuo. A fim de que você possa aplicá-la, uma sugestão é colocar em prática os sete passos a seguir:
1 – Planejamento da Gestão de Riscos
A primeira etapa é definir como os processos de Gestão de Riscos serão conduzidos no ambiente ao qual ela se aplica. Isso inclui: definir atividades, agentes, aprovações, documentações, orçamento, periodicidade, estrutura organizacional e ferramentas necessárias.
2 – Identificação do risco
Para avaliar os riscos corporativos é necessário identificá-los. O objetivo desse primeiro elemento é fornecer insumos de qualidade aos tomadores de decisão para que possam formular respostas efetivas com relação aos riscos. Algumas perguntas que você pode fazer:
Aqui é importante que sejam identificados tanto as oportunidades (riscos positivos) quanto as ameaças (riscos negativos). Uma ferramenta indicada não apenas para a identificação, mas também para priorização de riscos, é o Mapeamento de Riscos (neste artigo explicamos mais detalhadamente como ele funciona).
3 – Análise qualitativa de riscos
Nesta etapa ocorre o processo de priorização dos riscos para análise ou posterior ação adicional através da avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto. Ressaltamos que os eventos incertos que caracterizam os riscos devem ser buscados por sua causa e não consequência.
4 – Análise quantitativa de riscos
Processo de análise numérica, ou seja, diz respeito ao efeito combinado de riscos individuais identificados e outras fontes de incerteza sobre os objetivos gerais. Isso só é possível de ser feito se forem conhecidas informações sobre a magnitude do impacto de riscos. Caso a empresa não tenha esse conhecimento, esta etapa não precisa ser executada. Nesse caso, passa-se para o próximo estágio que é o de planejamento de respostas aos riscos.
5 – Planejamento de respostas aos riscos
Com base na identificação dos riscos prioritários e suas causas, deve-se decidir a resposta apropriada ao risco (isto é, como lidaremos com ele). As respostas variam conforme o tipo de risco (se ele representa uma ameaça ou oportunidade):
6 – Implementação dos planos de respostas aos riscos
Na etapa acima ficou definida a estratégia de resposta ao risco de acordo com seu tipo (ameaça ou oportunidade). Agora, no sexto passo, deve-se pensar nas ações por meio da elaboração de um plano detalhado de resposta, com prazos e orçamento definidos. Isso é fundamental, pois de nada adianta uma estratégia que impacte mais o negócio que o seu próprio risco originador.
7 – Monitoramento do risco
Um risco deve ser constantemente monitorado. O monitoramento tem a ver com o processo para rastrear e avaliar os níveis de risco em uma organização. Além de monitorar o risco em si, nesta etapa são acompanhadas e avaliadas a eficácia das estratégias de gerenciamento de riscos.
O monitoramento de riscos tem o objetivo de acompanhar tanto os riscos que ocorrem quanto a eficácia das respostas implementadas. É normal ocorrerem algumas descobertas aqui, o que é ótimo, pois elas ajudam a criar novas estratégias e/ou a atualizar aquelas identificadas como ineficazes. O monitoramento é vital especialmente porque o risco não é estático.
A maior parte das empresas brasileiras enfrentou dificuldades nos últimos anos. O cenário de incertezas nos ambientes político e econômico pesou, mas a gestão ineficiente de riscos foi um agravante para que muitos negócios fechassem as portas.
É fundamental que a percepção das ameaças ao negócio esteja disseminada na cultura da organização. Isso significa o envolvimento de todos os níveis hierárquicos. Uma boa prática é incentivar todos os colaboradores a responderem a questões como:
Se a eficácia da Gestão de Riscos nas empresas depende de todo o quadro organizacional, é importante que todos os funcionários tenham em mente a importância do controle de riscos. Todas as ameaças nos processos/projetos críticos devem ser identificadas, avaliadas, monitoradas e, quando necessário, mitigadas.
Nem todos os colaboradores sabem como funciona a Gestão de Riscos nas empresas. Por isso, e como o envolvimento deve ser de todos, uma boa prática é disseminar e fortalecer o Gerenciamento de Riscos oferecendo treinamentos aos funcionários. Uma dica é divulgar a Metodologia COSO. Demos uma pincelada sobre ela neste post.
A Gestão de Riscos nas empresas é essencial para fortalecer os controles internos e, com isso, dar aos gestores mais segurança de que suas organizações estão preparadas para enfrentar os eventos inesperados que podem afetar as operações e os resultados. É algo essencial para a Governança Corporativa, proporcionando aos investidores, acionistas e comunidade de um modo geral mais transparência e segurança com relação à continuidade do negócio.
Por isso, conhecer os ricos efetivos e aqueles passíveis de ocorrer é um passo fundamental para empresas como a sua, que buscam longevidade e sucesso. Não esqueça de que a Gestão de Riscos nas empresas deve ser um processo contínuo e fazer parte regular das suas operações. Esse é o principal motivo pelo qual todo o quadro de colaboradores deve estar envolvido.
Caso tenha alguma dúvida, entre em contato conosco. Esperamos que este artigo tenha sido útil a você. Fique à vontade para compartilhá-lo com seus colegas. Aproveite que está aqui e acesse o Glicando, o blog da Glic Fàs, e fique por dentro de nossos materiais.
Créditos imagem: Pixabay por Mohamed Hassan
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