Um projeto de capital é um projeto de longo prazo para construir, melhorar, manter ou desenvolver um ativo de capital. Trata-se de um projeto que requer grandes somas de capital, que dura por um longo período de tempo e que costuma ser mais complexo se compararmos com projetos que envolvem menos planejamento e recursos.
Pode-se dizer também que projetos de capital são a forma com que o mercado de infraestrutura faz seus investimentos reais. Como ele difere-se de outros projetos por ser de grande escala e alto custo, requer um planejamento considerável em relação a outros investimentos, especialmente no que tange à tomada de decisão.
Exemplos de projetos de capital seriam a criação de um oleoduto, a construção de um edifício ou, no âmbito do governo, a construção de um sistema rodoviário. De modo geral, empresas iniciam um projeto de capital para aumentar o crescimento, manter ativos ou melhorar uma parte significativa da propriedade.
De acordo com a pesquisa intitulada “Boosting Business Performance through Programme and Project Management”, conduzida pela PwC Global, apenas 2,5% das companhias entregaram seus projetos dentro do prazo, custo, escopo e com os benefícios esperados para o negócio (fonte). Como projetos de capital possuem alto investimento, o risco também é elevado na mesma proporção. Por isso, minimizar o risco de uma empreitada de tal porte é fundamental.
O IPA e o CII são duas instituições que se dedicam intensamente para estudar o que faz um projeto ter sucesso. Ambas se destacam como consolidadoras de benchmark de projetos de capital, sendo que:
Ambas as metodologias possuem abordagens diferentes para selecionar o projeto certo e fazer certo. Apesar de serem bem antigas, não são muito utilizadas pelas empresas, pois elas têm pressa para ver o resultado.
Como qualquer tipo de projeto, é necessário dimensionar o risco do empreendimento. Portanto, um projeto de capital somente seguirá se os riscos forem aceitos ou minimizados/eliminados.
Dentre os riscos que podem afetar um projeto, a publicação da PwC – Projetos de Capital e Infraestrutura – menciona o planejamento inadequado, a falha em detectar obstáculos, a falta de equipamentos, a definição precária de requerimentos, a definição inadequada de papéis e responsabilidades, estrutura de controle ineficiente, falhas no endereçamento de problemas de conformidade com as normas/leis etc.
Para procurar reduzir o efeito surpresa de um risco, algumas questões a serem respondidas incluem:
Logicamente, existem outras perguntas a serem respondidas e analisadas. O que queremos mostrar é que quanto mais custoso for um projeto, mais minuciosa deve ser sua análise, a qual segue durante o ciclo de vida do projeto de capital, conforme veremos.
Comumente, o processo de projeto de capital possui cinco estágios. No início de cada estágio (ou fase), são desenvolvidas as estimativas de recurso e são identificados os principais resultados. Já ao final de cada estágio é feita uma decisão formal com base nas entregas predefinidas. Essa decisão determinará se o projeto prosseguirá, ou não, para a próxima fase.
O plano/escopo do projeto é desenvolvido durante as três primeiras etapas. O FEL é utilizado nessas fases, sendo que a nomenclatura utilizada em cada etapa varia conforme a empresa:
Assim que o FEL é concluído e aprovado, o projeto é financiado e começa a ser executado. A fase de execução inclui engenharia de detalhamento e construção, e durante essa etapa o plano do projeto deve ser rigorosamente implementado. É imprescindível que se tenham fortes controles de projeto, como aplicação de gestão de mudanças e planos de gestão de risco.
A fase de execução é concluída quando a planta é comissionada e pronta para partir. Em seguida vem a fase final, isto é, a operação propriamente dita e a avaliação do desempenho. A fase final é operar e/ou avaliar o desempenho.
Para entender melhor sobre a metodologia FEL, deixamos a sugestão do artigo: O que é FEL e como funciona a metodologia?
Não detalharemos o método aqui, mas com relação à metodologia PDRI, ela descreve com precisão cada elemento crítico em um pacote de definição de escopo. Além disso, o PDRI é destinado ao uso durante o Front End Planning (FEP) – no IPA é chamado de Front End Loading -, que é a fase do projeto que abrange atividades como viabilidade, conceito e definição detalhada do escopo.
Ao utilizá-lo, a intenção é que equipes de projeto consigam identificar rapidamente os fatores de risco do projeto relacionados aos resultados desejados de custo, cronograma e desempenho operacional.
À exemplo do FEL, o PDRI também utiliza portões de aprovação ao final de cada fase do projeto. Observe os esquemas de cada um:
PDRI
FEL
Um projeto de capital é um projeto frequentemente caro e de longo prazo que se destina a expandir, manter ou melhorar um ativo de capital. Refere-se à infraestrutura, como estradas ou ferrovias, ou no caso de uma empresa, ao desenvolvimento de uma fábrica, por exemplo.
Por requererem uma alta soma de dinheiro e exigirem um comprometimento significativo dos recursos e do tempo da organização, seus riscos são também maiores, por isso da importância de realizar uma avaliação robusta e precisa da sua viabilidade. Os riscos devem ser calculados com a expectativa de que o ativo de capital seja compensado.
Precisa saber mais sobre o assunto? Quer entender melhor como escolher um investimento em um projeto de capital de sucesso? Entre em contato conosco e veja como podemos ajudar.
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Créditos imagem: Unsplash por Octavian Dan.
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