A Kodak demorou para entrar na era digital. A Blockbuster não conseguiu competir com os downloads de filmes. Hotéis e empresas de táxi sentiram os efeitos de uma crise com Airbnb e Uber respectivamente. Livrarias norte-americanas perderam espaço quando a Amazon se destacou. E muito provavelmente logo haverá algum segmento no mercado que sofrerá na pele o poder da disrupção.
Com o surgimento da Quarta Revolução Industrial, muitas empresas lutam contra riscos – na maioria das vezes não tão visíveis assim – da obsolência de suas práticas, processos e modelos de negócio.
É fato que as tecnologias disruptivas têm o potencial de criar um enorme valor para as organizações. Seja esse valor percebido para entregas mais rápidas, para conhecer melhor os consumidores ou até criar novas categorias de produtos e serviços, a disrupção apresenta diversas oportunidades. No entanto, essas oportunidades possuem obstáculos a serem superados.
Neste artigo, abordaremos sobre a importância de uma gestão de riscos focada em identificar e se preparar para lidar com as perturbações que podem ser causadas pela disrupção.
São cinco fatores que empresas devem considerar para combater ameaças de disrupção. Esses fatores, de acordo com o artigo Dealing with Disruption, publicado na Risk Management, são:
Desses fatores, podemos fazer um recorte e dizer que três se destacam:
Para permanecer competitiva e combater essas e outras ameaças, as organizações podem buscar duas estratégias, como cita o artigo Risk Management in the Age of Digital Disruption:
Além das duas estratégias citadas, enquanto a disrupção pode ser uma força poderosa atuando sobre a empresa, destacamos o planejamento de cenários, o qual permite gerenciar inteligentemente essa mudança.
A ferramenta de elaboração de cenários refere-a a essencialmente pensar em situações “e se” (em inglês conhecido por what-if), com possíveis cursos de ação para cada um dos eventos. Importante ressaltar que não se trata apenas de pensar em cenários negativos – ou seja, de ameaças -, mas também de oportunidades.
Por definição um risco pode ser tanto uma ameaça quanto uma oportunidade. Para ser classificado como oportunidade, ele continua sendo uma incerteza, com a diferença de que, se ocorrer, terá um efeito positivo em um projeto.
Conforme artigo publicado no site da PMI (Effective strategies for exploiting opportunities), para aumentar a probabilidade de uma oportunidade ocorrer pode-se buscar “facilitar ou fortalecer a causa do risco, visando proativamente reforçar quaisquer condições de gatilho que possam ter sido identificadas”.
Portanto, a disrupção pode ter uma esfera negativa, bem como uma positiva. Com relação à exploração de oportunidades, o texto da Risk Management menciona que “empresas podem aprender com o que deu errado e fortalecer seus controles e procedimentos para garantir que esses eventos não ocorram novamente ou, se ocorrerem, possam reduzir sua severidade”.
E como apenas olhar para trás não é o suficiente. Organizações podem olhar para o que as novas tecnologias podem oferecer em termos de novos produtos e serviços. No setor automotivo, por exemplo, os carros elétricos podem significar novas receitas.
Para que novas oportunidades possam ser visualizadas, a sugestão trazida pelo artigo pode estar na Inteligência Artificial: “o investimento em novas tecnologias – particularmente a IA – é vital para descobrir onde a organização é mais suscetível a disrupções, principalmente devido à enorme quantidade de dados que esses programas podem coletar e processar. A adoção de tais tecnologias liberará funções de risco para se concentrar em um trabalho mais estratégico – e, finalmente, agregador de valor”.
Sabemos que as mudanças no mundo conectado e complexo que vivemos nos dias de hoje podem ocorrer mais rapidamente do que os processos convencionais de tomada de decisão são capazes de gerenciar.
Esperar o futuro chegar é algo que empresas não podem se dar o luxo de fazer. Corporações que hoje são consideradas líderes devem estar cientes de que elas são apenas tão boas quanto seus produtos e serviços são atualmente. Caso aconteça de um novo player despontar, vendendo algo novo, com qualidade e a um preço mais baixo, as líderes correm o risco de morrerem (exatamente da mesma maneira que aconteceu com Kodak e Blockbuster).
É exatamente para evitar o fim que, como cita o artigo da Risk Management, grandes líderes como Microsoft e Google gastam bilhões de dólares todos os anos. O investimento é tanto para que consigam reter suas posições, mas também para que possam crescer além e ganhar cada vez mais espaço.
Para identificar “fatores conhecidos” a fim de prever o futuro e definir a melhor estratégia para lidar com ele, não esqueça de aplicar a gestão de riscos no seu negócio. Se você tiver dúvidas, sugerimos que aprofunde-se no tema com os artigos abaixo:
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