O principal ativo de qualquer empresa são as pessoas. É o comprometimento delas com o negócio, seja familiar ou não, que diferencia uma empresa que performa acima da média daquelas que apenas vão remando conforme a maré.
Se os colaboradores são o que uma organização tem de mais importante, é a Gestão de Pessoas a área que merece nosso destaque, afinal, é ela a grande responsável tanto por atrair quanto reter talentos. A frase é verdadeira para qualquer empresa, e neste artigo daremos um foco especial aos negócios familiares.
Em outra oportunidade, destacamos como contratar executivos para companhias controladas por famílias. Neste novo post, nosso objetivo é o de ajudar você na contratação de talentos para empresas familiares. Vamos conferir?
Quando falamos em Capital Humano estamos tratando de um dos três componentes do Capital Intelectual, conforme abaixo:
Para explicar: o Capital Estrutural tem a ver com o que permanece na empresa, isto é, seus processos, metodologias e propriedade intelectual. O Capital de Relacionamentos diz respeito a todos os relacionamentos externos de uma empresa, como com fornecedores, investidores, comunidade, clientes, entre outros. Trata-se também da reputação e da imagem de um negócio.
Já o Capital Humano é aquele que vai para casa. Está relacionado aos talentos de uma empresa, ou seja, às pessoas que estão por trás da execução de cada processo e que retêm tanto a experiência da força de trabalho quanto o know-how necessário para exercer determinada função.
Perceba que sem o Capital Humano adequado é impossível que um negócio sobreviva por longo tempo. Nesse contexto, a contratação de talentos para empresas familiares apresenta alguns desafios.
Talvez o principal desafio seja o fato de que negócios familiares são vistos como um local que permite crescimento apenas àqueles que compartilham do mesmo sobrenome do fundador. Infelizmente, muitos ainda associam esse tipo de organização com empresas pequenas, e vislumbram poucas chances de crescimento na carreira (mais uma vez, existe a premissa de que negócios controlados por família só são bons para membros familiares).
Outro desafio na contratação de talentos para empresas familiares (bem como para a retenção de bons profissionais) é observado em organizações que possuem apego emocional muito forte com membros familiares, relevando o baixo desempenho apresentado por eles, mas punindo a má performance de um colaborador de fora da família. Essa visão faz com que muitos talentos se mostrem pouco interessados em atuar em uma companhia familiar.
A falta de políticas de retenção de colaboradores também acaba por dificultar a contratação de talentos para empresas familiares. Por fim, à lista de desafios acrescentamos ainda a falta de habilidade de liderança dos gestores membros da família.
Para a contratação de talentos para empresas familiares, o primeiro ponto é a criação de um plano de carreira. Caso sua organização ainda não tenha um, tenha em mente que ele é fundamental para que membros não familiares consigam entender como será sua ascensão profissional, bem como quais habilidades e competências precisam ter para crescer profissionalmente.
Negócios familiares possuem a visão de longo prazo como vantagem (como abordamos neste artigo). Justamente pelo compromisso com o futuro é que organizações controladas por famílias devem instigar todos os seus colaboradores a darem o melhor de si. Isso somente será possível se os talentos de fora conseguirem visualizar um futuro de crescimento dentro da empresa.
É essencial também que o baixo desempenho de qualquer colaborador, independente de seu laço com a família fundadora, seja levado em consideração. Em empresas familiares é muito comum vermos profissionais membros familiares alocados em funções que não são compatíveis com suas competências, o que faz com que apresentem um desempenho muito abaixo da média.
Uma das maneiras de resolver isso é trabalhar na realocação desses profissionais, alocando-os para funções mais adequadas aos seus perfis. Aos talentos de fora, isso dará credibilidade à empresa, pois mostrará que ela está muito mais preocupada em crescer de maneira sustentável do que em atender aos caprichos de funcionários que possuem ligações com o fundador/dono do negócio.
Temos que lembrar ainda que nem todo herdeiro ou familiar possui competências, habilidades e atitudes que se encaixem no negócio. Aliás, muitas vezes eles nem se identificam com a organização familiar e não querem fazer parte dela. Para casos assim, a realocação pode ser a preparação para que esse membro passe a exercer suas funções em uma organização não familiar.
Avaliação de desempenho e feedback são outras duas maneiras de mostrar o quão profissional é a gestão do negócio familiar. Um ponto é importante destacarmos aqui: a avaliação e o feedback devem ser conduzidos de maneira a tratar de forma igualitária tanto os membros da família quanto os de fora, com regras claras, explícitas e inequívocas para toda a organização. Além disso, o comportamento da liderança quanto a esses processos deve ser de respeito e crença no instrumento.
Além do que foi abordado até o momento, existe algo que não podemos esquecer e que é uma questão muito discutida na área de RH: investimentos em capacitação. O Orçamento de RH de uma empresa familiar deve contar com uma verba destinada a capacitar colaboradores. E esse investimento, claro, deve ser feito para todos os profissionais, sejam eles, ou não, membros familiares.
Para encerrar, é primordial que gestores sejam líderes e não apenas chefes. Isso significa que o capital humano de um negócio familiar só irá reverter-se em valor para a organização se os líderes entenderem que possuem o papel de motivar a todos, bem como o de tratar todos os profissionais da mesma maneira.
A contratação de talentos para empresas familiares possui desafios, mas como procuramos abordar neste artigo, é possível superá-los de algumas formas:
Além de atrair talentos para sua empresa, esses itens ajudarão a reter os bons profissionais e a incentivar o capital humano da organização a crescer junto com o negócio. Isso com certeza fará com que seu negócio familiar performe além da média e destaque-se.
Para encerrar, não esqueça que quanto mais profissional for a gestão da sua empresa, com mais bons olhos ela será vista por quem vem de fora.
Esperamos que nosso artigo tenha ajudado você a compreender mais sobre o assunto. Caso tenha alguma dúvida ou queira saber mais, deixe um comentário ou entre em contato. Fique também à vontade para compartilhar este post com seus colegas.
Créditos imagem: Pixabay por Styles66
O ESG no C-level muitas vezes acaba ficando apenas dentro do cumprimento legal. O que…
Veja como o PMO atual pode ser mais estratégico e adequar-se à era de mudanças…
Veja como está a transformação digital nas empresas latino-americanas e o que fazer para priorizar…
Neste artigo, apresentamos os atributos de empresas resilientes e mostramos o que sua organização pode…
Em 1945, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill disse a célebre frase: “Nunca desperdice uma boa…
Muito provavelmente você já deve ter se deparado com textos falando sobre como reduzir a…