A Deloitte em parceria com a revista Exame realizou um estudo denominado “As PMEs que mais crescem no Brasil em 2018”. De acordo com a análise, somadas as receitas das 100 empresas participantes do ranking, em 2017 essas pequenas e médias organizações tiveram um crescimento anual de 33% – maior do que os 30% registrados em 2016.
Ainda segundo a publicação, as organizações emergentes saíram da fase de cortes de gastos e redução de investimentos para entrarem em outra: a de geração de receita. Por esse motivo, na agenda a preocupação delas está em lançar produtos, em fusões e aquisições e em entrar em novos mercados. Em termos de questões estratégicas, são dois principais focos distintos, com líderes preocupados nas pessoas e com o entendimento de que é necessário inserir tecnologia no contexto corporativo.
A pesquisa citada está em sua 13ª edição. Durante esse período, perceberam-se mudanças na receita líquida, número de funcionários, DREs, índice de endividamento etc. Todavia, existe algo que é imutável ano após ano: o fato de que o sucesso de uma empresa nunca é alcançado sem obstáculos. Gerenciar um negócio é lidar com riscos em base diária. Então, quais são os desafios da gestão de negócios de pequenas e médias empresas?
Pense nos funcionários que possuem habilidades de missão crítica nas quais sua empresa confia. São funcionários que, se saírem, vão fazer muita falta, especialmente se forem os únicos detentores de conhecimentos essenciais em suas atividades. Na gestão de negócios de pequenas e médias empresas reter esses colaboradores é fundamental, mas nem sempre é possível.
Seja pela busca por novos desafios, insatisfações quanto ao ambiente de trabalho ou o desejo de ter melhores salários, a verdade é que a retenção de talentos é algo que cada vez mais preocupa as PMEs. O assunto é tão importante que, conforme mostra a pesquisa citada no início, a pauta de investimentos das pequenas e médias organizações emergentes de maior crescimento é precedida pela gestão de pessoas.
Para mais de 60% das PMEs participantes do ranking, nos próximos três anos a prioridade é investimento em benefícios, salários e treinamentos. O objetivo é conseguir ter um quadro de funcionários motivados e qualificados. E essa, como comentamos no artigo Boas práticas para identificação e retenção de talentos, é uma receita para gestores que querem manter seus colaboradores na empresa.
Uma prática para atrair e reter os melhores talentos adotada por uma parcela expressiva das organizações que figuram no ranking é o incentivo financeiro. A pesquisa da Deloitte e Exame mostram que 83% das PMEs de maior crescimento realizaram investimentos na formação de pessoas.
Infelizmente, ainda vivenciamos organizações que iniciam sem controles internos e boas práticas de gestão. À medida que crescem, vão percebendo a importância de garantir a responsabilidade empresarial com um ambiente de negócios transparente e saudável. Além disso, as necessidades de evitar fraudes e de ter um planejamento e relatórios financeiros mais precisos fica cada vez mais latente.
Por isso, não tem como falar de gestão de negócios de pequenas e médias empresas sem citar a importância da Governança Corporativa (GC). Ao contrário do que muitos pensam, nunca é cedo para falar de GC e abordamos o assunto neste post.
As empresas avaliadas na pesquisa da Exame também citaram a GC como um dos temas que mais as preocupam. Os riscos de conformidade abordados por elas incluem fraude (mencionado em 62% das empresas do ranking), ameaças cibernéticas (62%), roubo interno (52%) e corrupção (51%). Mais uma vez, conseguimos ver a urgência em assuntos como gestão de riscos, governança e controles internos fazerem parte da gestão de negócios de pequenas e médias empresas.
Chega a ser redundante hoje em dia falarmos no assunto. Com a força que questões como Transformação Digital, Inteligência Artificial, Machine Learning e Indústria 4.0 vêm ganhando, na gestão de negócios de pequenas e médias empresas o investimento em tecnologia deve ser também uma preocupação.
Aliás, a publicação da Deloitte aponta que “a ausência de formalização das práticas de inovação diminui a capacidade de as empresas captarem fundos disponíveis para projetos de pesquisa e desenvolvimento a custos subsidiados, bem como de participar de programas de incentivo a inovação por meio de isenções fiscais”.
Das PMEs emergentes de maior crescimento, 83% afirmam investir constantemente em tecnologia, 73% dizem ter um time dedicado à gestão da inovação e apenas 35% adotam uma estratégia formal de negócios que prioriza a inovação.
Ressaltamos aqui que ao falarmos em inovação não nos referimos apenas ao investimento em máquinas e equipamentos. Na gestão de negócios de pequenas e médias empresas o tópico tem a ver também com inovar nos produtos e serviços oferecidos, item essencial para que PMEs permaneçam competitivas.
A gestão de negócios de pequenas e médias empresas ainda é muito voltada para apagar incêndios, ao invés de pensar em estratégias para evitar que os mesmos aconteçam. Aqui, dois itens são fundamentais.
O primeiro é o gerenciamento de riscos, que tem a ver tanto com identificar oportunidades quanto com evitar ou mitigar perdas. Antecipar-se aos riscos é pensar estrategicamente. Segundo item para apoiar organizações a melhor prepararem-se para o futuro, o pensamento estratégico trata de criar uma estratégia que seja coerente com a visão e com os objetivos da empresa, e que traga resultados em longo prazo. Em outras palavras: criar estratégias para atender às demandas que surgirão.
O tema rende uma boa pauta, mas para não nos alongarmos no assunto deixamos aqui a sugestão de leitura do nosso ebook Você sabe o que é Pensamento Estratégico e como ele pode mudar o rumo da sua empresa?.
Uma boa mentoria de gestão de negócios é também indicada para empresas que querem prepar-se para o futuro, pois ela analisa as práticas de gestão em qualquer momento do ciclo de vida empresarial. Adicionalmente, define ações para apoiar o crescimento da organização. Destacamos também que pensar estrategicamente é requisito para gestores protagonistas.
Acreditamos que esses itens são desafios importantes a serem enfrentados pela gestão de negócios de pequenas e médias empresas. Para ajudar você a lidar com esses obstáculos, além das dicas acima temos uma coletânea de materiais nos temas:
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