Riscos têm a ver com quaisquer acontecimentos não planejados e que podem ter um impacto negativo nos custos, prazos ou qualidade de um projeto, bem como em qualquer outra esfera de um negócio. Se a função de um bom gerente de projeto é a de gerenciar os riscos de maneira eficaz para manter o projeto no rumo certo, o mesmo se aplica aos outros gestores de uma organização, afinal, em uma corporação existem os mais variados tipos de riscos.
Cada risco tem uma origem. Por exemplo, o risco de pegar um resfriado pode ter origem numa saída de casa sem guarda-chuva em um dia que você é surpreendido por um temporal, ou quando você vai trabalhar achando que o dia será quente e acaba passando frio.
Em uma empresa acontece a mesma coisa. Dentre os riscos externos temos os relacionados à economia. Um risco econômico pode ter sua origem no mercado financeiro, em uma mudança nas taxas de importação/exportação, na queda da bolsa, e assim por diante. Um risco de ordem mais técnica pode ser originário de problemas com a tecnologia sendo utilizada, com o desempenho das máquinas etc.
Como você pode ver, são muitas as variáveis relacionadas a um risco. Quanto mais madura a empresa está na Gestão de Riscos, mais aumenta a lista de possíveis riscos que podem interferir no seu desempenho e em seus resultados. Imagine, então, o trabalho para gerenciar uma quantidade cada vez maior de riscos. Você vai concordar que a tarefa não parece nada fácil, não é mesmo?
Para ajudar a colocar ordem na casa é que a Gestão de Riscos tem o que é conhecido por Estrutura Analítica de Riscos (EAR).
Do inglês Risk Breakdown Structure (RBS), a Estrutura Analítica de Riscos (EAR) é uma ferramenta pela qual você agrupa riscos e organiza-os em categorias. Cada categoria é então dividida em níveis, sendo que cada nível detalha a fonte de riscos para seu projeto, atividade, área e/ou empresa. Portanto, a EAR é uma estrutura hierárquica de possíveis fontes de risco.
A Estrutura Analítica de Riscos possibilita a identificação das dependências de risco justamente por quebrar cada risco em níveis. David Hillson, da Riskdoctor.com, define a EAR como:
“Um agrupamento de riscos do projeto orientado para a origem que organiza e define a exposição total ao risco do projeto. Cada nível descendente representa uma definição cada vez mais detalhada de fontes de risco para o projeto.”
A definição aborda a gestão de projetos, mas ressaltamos que a Estrutura Analítica de Riscos pode – e deve – ser utilizada como ferramenta de gestão dos mais variados tipos de riscos, desde os relacionados aos projetos até aqueles do planejamento estratégico.
A EAR é visual e para você entender melhor, vamos resgatar o exemplo que demos no artigo Por que classificar riscos em diferentes tipos de riscos?.
Ao observar a figura, você verá que cada área de risco é dividida em níveis. Essa é a razão pela qual é mais fácil identificar, analisar e comunicar os riscos que afetam um projeto ou o negócio como um todo.
À medida que você se aprofunda em cada nível é possível identificar possíveis gatilhos de risco, o que ajudará na resposta eficaz às ameaças. Não podemos esquecer ainda que quando os riscos ficam visualmente mais expostos e fáceis de serem identificados e analisados (como em uma EAR), fica mais fácil de entender as possíveis ameaças e, portanto, mais fácil de planejar-se para evitar consequências negativas.
Conforme citado por por David Hillson no artigo intitulado Use a risk breakdown structure (RBS) to understand your risks,“categorizar riscos de acordo com a EAR fornece uma série de informações adicionais sobre a avaliação da exposição ao risco no projeto, informações essas que não estariam disponíveis a partir de uma lista simples de riscos”. Sendo assim, os benefícios da Estrutura Analítica de Riscos incluem:
Conforme David Hillson destacou no artigo mencionado, a Estrutura Analítica de Riscos pode ser utilizada em situações como:
Uma Gestão de Riscos eficaz requer, em primeiro lugar, o bom entendimento de todos os riscos que podem afetar uma organização, área, projeto ou atividade. O primeiro passo é ter precisão na identificação de riscos e, como procuramos mostrar neste post, a Estrutura Analítica de Riscos é uma poderosa ferramenta. Isso porque ao quebrar cada risco em níveis ela possibilita a identificação das dependências de risco. Assim, a EAR ajuda a fornecer novos insights sobre a exposição da empresa/área/projeto/atividade ao risco.
Caso você tenha interesse em saber mais, ou tenha ficado com alguma dúvida, fique à vontade para entrar em contato conosco. E se este artigo foi sido útil a você, compartilhe-o com seus colegas. Aproveite que está aqui e acesse o Glicando, o blog da Glic Fàs, e fique por dentro de nossos materiais.
Créditos imagem: Unsplash por Kaleidico
O ESG no C-level muitas vezes acaba ficando apenas dentro do cumprimento legal. O que…
Veja como o PMO atual pode ser mais estratégico e adequar-se à era de mudanças…
Veja como está a transformação digital nas empresas latino-americanas e o que fazer para priorizar…
Neste artigo, apresentamos os atributos de empresas resilientes e mostramos o que sua organização pode…
Em 1945, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill disse a célebre frase: “Nunca desperdice uma boa…
Muito provavelmente você já deve ter se deparado com textos falando sobre como reduzir a…