No mundo dos negócios, boa parte das empresas e dos empresários bem-sucedidos que temos como exemplo começaram por baixo para subirem um degrau por vez. A maioria deles não trilhou o caminho sozinho.

Mark Zuckerberg soube como criar o Facebook, mas não sabia como ser um CEO. Para sanar essa lacuna, ele desenvolveu um relacionamento de mentoria com Donald Graham, o CEO do Washington Post. Os cofundadores da Google, Sergey Brin e Larry Page, tiveram ajuda de Steve Jobs. Como mentor, Jobs deu conselhos importantes enquanto a empresa crescia.

Esses são apenas dois exemplos de como mentores ajudam a elevar as capacidades profissionais exponencialmente. Mas, para isso, existem processos e caminhos que levam à formação de mentores. Quais seriam esses caminhos e processos? Existe receita de bolo?

Uma palavra sobre mentoria

Apenas para alinharmos o entendimento, é importante entendermos o que são e o que fazem os mentores. Para começar, mentoria é um processo de orientação no qual um profissional mais experiente conduz seus mentorados rumo ao crescimento. Na mentoria em Gestão de Negócios, por exemplo, mentores apoiam seus mentorados a desenvolverem ações ou tomarem decisões que superem barreiras e dificuldades que estejam bloqueando o sucesso da empresa.

Sobre o que fazem os mentores, podemos dizer que eles:

  • Dão suporte às tarefas e fornecem feedback (como no caso do exemplo do Google);
  • Fornecem apoio emocional, como aconselhamento, afirmação e encorajamento;
  • Servem como modelos para nos espelharmos, uma vez que mentorados observam e aprendem o tempo inteiro com seus mentores;
  • Sabem que os melhores relacionamentos de mentoria são uma via de mão dupla. Isso significa que podem esperar não apenas dar algo em seu relacionamento de mentor, mas também obter algo de volta.

Como ser um bom mentor?

A relação entre mentores e seus pupilos pode tornar-se em um dos relacionamentos mais significativos. Um bom mentor consegue fazer a diferença na jornada empreendedora ou profissional do mentorado. Para poder exercer seu papel com excelência, a formação de mentores deve levar em consideração três pontos principais:

Criação de um bom relacionamento

“O começo é a parte mais importante do trabalho”. A citação é de Platão, que foi mentorado por Sócrates e foi, por sua vez, mentor de Aristóteles. Para dar certo, a relação entre mentor e mentorado segue a regra de qualquer relacionamento: baseia-se na confiança.

Para que a confiança seja estabelecida, é fundamental que ambas as partes se conheçam. Antes de todo o processo iniciar, o mentor deve conversar com seu mentorado para que um possa conhecer um pouco do background do outro, trocar experiências profissionais positivas e negativas, saber sobre estilos de vida e assim por diante.

Outra palavra utilizada em relacionamentos é química. Para que haja química entre ambas as partes o mentor deve procurar por pontos de similaridade com seu mentorado. Talvez nasceram na mesma cidade, torcem para um mesmo time, gostam de um mesmo filme, compartilham de um mesmo sonho etc. Quando a química é sentida desde o começo, a relação caminha de maneira muito mais natural e com certeza traz resultados mais positivos para os dois lados.

É importante também definir, desde o começo, qual será o meio de comunicação utilizado. Algumas pessoas preferem e-mail, outras o WhatsApp e há as que preferem uma ligação. Estabelecer o canal que será utilizado para manter essa relação é fundamental para que a comunicação seja sempre fluída.

Entendimento de que mentoria é uma via de mão dupla

Troca de aprendizados. É assim que a mentoria deve ser vista também por parte do mentor. Um bom mentor está disposto a ensinar o que sabe e a ouvir e aprender com seu mentorado.

Ele deve destinar um tempo para que o mentorado fale sobre si mesmo, bem como perguntar sobre suas experiências e aprender com suas histórias. Em contrapartida, é interessante também o mentor lembrar como foi seu início de carreira para compartilhar experiências e lições aprendidas.

Fornecimento de orientação e feedback construtivo

Para a boa formação de mentores, é importante que eles entendam que uma das principais responsabilidades de um bom mentor é fornecer orientação e feedback construtivo ao mentorado. É aqui que o aprendiz mais crescerá, identificando seus pontos fortes e fracos e aprendendo a usá-los para se tornar bem-sucedido em seu ramo de atuação.

Para que orientação e feedback sejam transmitidos, o mentor precisa possuir excelentes habilidades de comunicação. Além disso, bons mentores ajustam a comunicação ao estilo de personalidade do mentorado e fornecem desafios que promovam o desenvolvimento profissional.

Formação de mentores: como desenvolver habilidades no mentorado?

Elencamos três características importantes para mentores. Outro aspecto da formação de mentores a considerarmos é em como eles desenvolvem as habilidades de seus mentorados.

Definição de metas SMART

SMART é acrônimo para Specific, Measurable, Achievable, Relevant e Time-Bound. Em português, metas SMART são:

  • Específicas: o mentorado deve ser específico sobre o que deseja realizar.
  • Mensuráveis: quais métricas serão usadas para determinar o atingimento da meta?
  • Atingíveis: ter uma meta se ela é impossível de ser atingida não faz sentido. Aqui o mentorado deve pensar em quais ações concretas pode realizar para atingir seu objetivo.
  • Relevantes: quanto mais relevante for uma meta, mais incentivo o mentorado terá e correr atrás para alcançá-la.
  • Temporais: em quanto tempo a meta será alcançada? 1 mês? 1 semestre? 1 ano?

Avaliação e desenvolvimento de habilidades relacionadas às tarefas do mentorado

Mentores podem pedir aos seus mentorados que mostrem suas avaliações de desempenho anteriores, para que uma análise de desempenho seja feita em conjunto. É interessante anotar os três principais pontos fortes e os que precisam melhorar.

Na formação de mentores, essa é uma atividade importante, pois com essa informação o mentor pode ver em que aspectos pode ser realmente útil.

Discernimento

Muitos que procuram por uma mentoria o fazem por quererem respostas para suas incertezas, especialmente quando envolve tomadas de decisão. Mentores não devem ser juízes e apontar o que é certo ou errado, ou decidir o caminho que o mentorado deve seguir.

Uma das funções dos mentores é fazer seus mentorados refletirem sobre as consequências de suas decisões para que possam escolher o melhor caminho por conta própria.

Desenvolvimento de habilidades interpessoais dos mentorados

Habilidades interpessoais são extremamente importantes para quem quer crescer na carreia. Uma maneira que mentores podem guiar seus aprendizes é por meio da autoconscientização. Mentorados podem ser levados a pensar nos incidentes críticos passados ​​em suas carreiras para depois responderem às seguintes perguntas:

  • O que os outros diriam sobre você e como você lidou com essas situações que geralmente são positivas?
  • Que feedback negativo ou sugestões de melhoria os outros diriam sobre você em termos de como você lidou com seus incidentes críticos no passado?
  • Que crenças gerais você tem sobre si mesmo que são limitantes e gostaria de mudar?

Este exercício fornece insights para ajudar os mentorados a definir metas realistas sobre como eles podem melhorar a si mesmos.

Concluindo

Não existe uma receita de bolo quando tratamos da formação de mentores, mas há alguns ingredientes que são essenciais na tarefa. O mais importante de tudo é entender que o trabalho de mentoria exige uma comunicação transparente em todos os momentos.

A mentoria é um processo contínuo. Se, a qualquer hora, o relacionamento não estiver funcionando para uma das partes, os detalhes devem ser revisados. No final das contas, saem ganhando mentores e mentorados.

Você tem alguma dúvida sobre mentoria? Gostaria de saber mais sobre como funciona a mentoria na gestão de negócios? Temos um artigo que esclarece alguns pontos, mas nos colocamos à disposição para conversarmos com você. Entre em contato conosco para saber mais.

Créditos imagem: Pixabay por Diggity Marketing

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