Ainda existe uma visão de que empresas familiares estão em desvantagem quando precisam encarar a competição com seus concorrentes não familiares. Essa maneira de enxergar os negócios controlados por famílias é perceptível em muitas pessoas, pois a palavra “familiar” traz uma conotação de que organizações gerenciadas por um mesmo sobrenome são estruturas enxutas e pouco competitivas.
A visão, distorcida, não faz mais sentido atualmente. Magazine Luiza, JBS, Gerdau Aços e Weg, para citar alguns exemplos de negócios familiares, são nomes que figuram na lista das 500 maiores empresas do Brasil divulgada pela Revista Exame.
Como queremos mostrar aqui no blog, uma organização familiar passa pelos mesmos problemas que uma empresa constituída de outra maneira. Ela pode ser de pequeno, médio ou grande porte. O X da questão é que companhias geridas, ou não, por famílias têm um mesmo objetivo: manterem-se competitivas. Para empresas familiares, uma estratégia muito adotada é a de Fusões e Aquisições (F&A), que em inglês chama-se Mergers and Acquisitions (M&A).
Mergers and Acquisitions (M&A) é um termo geral que se refere à consolidação de empresas ou ativos por meio de vários tipos de transações financeiras. Perceba que temos dois termos (Fusões e Aquisições), portanto:
Sabe aquela história de que a união faz a força? Pois bem, o raciocínio por trás de uma operação de M&A normalmente é que duas empresas juntas criam mais valor do que se estiverem em uma posição individual. Nesse aspecto, Fusões e Aquisições são uma estratégia adotada por negócios que querem melhorar sua posição competitiva.
A aquisição de empresas é geralmente vista como uma estratégia de crescimento com menor grau de risco. Já na fusão tem-se a economia nos custos de produção, especialmente quando dois concorrentes se fundem (como Sadia e Perdigão).
Dentre os motivos em optar pela adoção de uma operação de Fusões e Aquisições, citamos:
Com relação aos possíveis motivos para se engajar em atividades de M&A, empresas familiares podem se ver obrigadas à fusão, aquisição ou até mesmo à venda do negócio por algumas razões típicas (como a geração mais nova não mostrar interesse pelo negócio ou como meio de dar aos acionistas da família maior segurança). Claro que, assim como em organizações não familiares, aquelas gerenciadas por um grupo familiar também podem optar pela M&A para fortalecer-se frente aos concorrentes e por necessidade de acelerar o crescimento.
É importante destacarmos que quando comparamos transações de Fusões e Aquisições de empresas familiares e de não familiares, observamos algumas diferenças:
Operações de Fusões e Aquisições em empresas familiares exigem um cuidado especial, principalmente se suas gestões forem menos profissionalizadas. De modo geral, elas encaram alguns desafios. Um deles tem a ver com os conflitos entre sócios, potencializados por questões afetivas. Desavenças entre as gerações de familiares também é outro fator que merece nossa atenção e pode resultar na perda de competitividade (especialmente quando duas gerações não entram em acordo sobre questões estratégicas). Por fim, é importante citarmos a falta de planejamento sucessório, que pode resultar em uma vida útil reduzida ou em uma gestão muito instável.
As empresas familiares que planejam uma transação de M&A devem começar a tomar medidas para se preparar e ficar em forma. Elas precisam, no mínimo, ter uma gestão preparada para gerir as mudanças que virão, reorganizar o quadro societário (se for o caso), adotar a Governança Corporativa e estar preparadas para a sucessão. O terreno precisa estar muito bem arado para que tudo ocorra da melhor maneira possível.
O processo de preparação é crucial para todas as organizações familiares em qualquer abordagem de M&A. Mais uma vez, as empresas controladas por famílias podem não ser tão profissionalizadas quanto seus concorrentes não-familiares. Por isso, pensar em Fusões e Aquisições é preparar a marca, a posição financeira e o posicionamento de mercado do negócio familiar, bem como definir quem ficará responsável pela gestão.
Por exemplo, se a aquisição ou fusão é feita entre companhias de um mesmo setor, a equipe já possui o conhecimento necessário. Agora imagine que a empresa a ser adquirida esteja em um setor totalmente diferente do seu. Nesse caso, será necessário pensar em ações para reter as habilidades técnicas, intelectuais e de gestão da organização que será comprada.
Antes de partir para estratégia de M&A o Conselho de Administração da empresa familiar deve avaliar todos os cenários possíveis para o crescimento saudável da empresa. Cada processo é único e cada organização possui suas particularidades. Por isso, o mais recomendado é contar com a ajuda de especialistas.
Fusões e Aquisições têm a ver com sinergia. Em grande parte dos casos, processos de M&A estão relacionados com estratégia de mercado, seja para ganhar competitividade, entrar em novos mercados, diversificar produtos e serviços, eliminar a concorrência, crescer ou ganhar em economia de escala.
Empresas familiares precisam de uma atenção especial nesse processo, principalmente porque tendem a ter uma gestão menos profissionalizada. O processo de preparação, portanto, é fundamental.
Aqui neste artigo falamos sobre Fusões e Aquisições e demos uma atenção especial às empresas familiares. Outra estratégia que pode ser adotada é a Holding Familiar. Para saber mais, acesse O que é e quais as vantagens da Holding Familiar?.
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