O mundo do trabalho começou a passar por alterações há algum tempo e com a pandemia do coronavírus as mudanças tomaram um ritmo acelerado. Para se ter uma ideia, a Organização Internacional do Trabalho estima que cerca de 300 milhões de empregos correm risco devido à crise sanitária global.
Uma parte dessa transformação da força de trabalho já vem acontecendo com o avanço da inteligência artificial (AI) e machine learning (aprendizado da máquina). A fim de que possamos entender bem o que se espera do futuro dos empregos, mostraremos o que diz o relatório The Future of Jobs 2020 (publicado no World Economic Forum). A publicação acompanha o ritmo das mudanças com o objetivo de mapear os empregos e as habilidades do futuro.
Confira, a seguir, as descobertas sobre o futuro dos empregos:
Quando a pandemia veio à tona o trabalho remoto teve que ser adotado para que empresas pudessem continuar operando. Foi assim que as organizações e os próprios colaboradores puderam fazer suas avaliações quanto aos benefícios e limitações do home office.
Para muitos negócios o trabalho remoto forçado representou um rompimento de barreiras culturais, já que uma grande parte dessas empresas (em especial no Brasil) não adotava esse modo de trabalho. E além de quebrar as barreiras culturais o coronavírus rompeu as barreiras tecnológicas, afinal, a maioria das organizações não estava preparada para adotar o trabalho remoto.
Isso significa que o futuro dos empregos está no trabalho à distância? O relatório The Future of Jobs descobriu que 83% dos trabalhadores querem escalar o trabalho remoto. Além do que eles constataram, é possível que a resposta esteja em uma forma de trabalho híbrida.
Essa foi a análise também da McKinsey, que realizou uma pesquisa com 800 executivos corporativos em todo o mundo. Levando em consideração todos os setores pesquisados, 38% dos entrevistados esperam que seus funcionários remotos trabalhem dois ou mais dias por semana fora do escritório após a pandemia, em comparação com 22% dos entrevistados antes da pandemia.
Conforme cita a pesquisa, os dados sugerem que os executivos esperam operar seus negócios em um modelo híbrido, com funcionários trabalhando remotamente alguns dias e no escritório em outros. Eles comentam, por exemplo, que a JPMorgan já tem um plano para seus quase 70 mil funcionários trabalharem em casa uma ou duas semanas por mês ou dois dias por semana, dependendo do ramo de negócios.
E já que o futuro dos empregos pode estar no trabalho remoto, não deixe de ler o artigo em nosso blog: Segurança cibernética para o trabalho remoto.
Até 2025 as horas de trabalho realizadas por máquinas e pessoas serão iguais. É o que projeta o relatório The Future of Jobs 2020. Eles ainda reforçam que cerca de 85 milhões de funções serão substituídas pela automação – principalmente as funções manuais ou repetitivas, abrangendo desde operários de montagem até contadores.
Este artigo publicado no site da Forbes comenta que uma pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers constatou que 44% dos diretores financeiros corporativos estão considerando a adoção de mais automação devido à Covid-19. Já o site CEO Magazine, citando a pesquisa do World Economic Forum, prevê que em 2025 a automação e uma nova divisão de trabalho entre pessoas e máquinas impactarão 85 milhões de empregos em todo o mundo em empresas de médio e grande porte em 15 áreas e 26 economias.
Como mostra o relatório The Future of Jobs 2020, 80% dos executivos estão acelerando estratégias para digitalizar processos e implantar novas tecnologias. Do mesmo modo, 50% dos empregadores esperam acelerar a automação de várias funções em suas organizações.
O futuro dos empregos pode estar no surgimento de novas funções, conforme aponta a pesquisa realizada pelo World Economic Forum. O relatório prevê que 97 milhões de novos empregos surjam até 2025.
Em um nível global, as funções mais solicitadas no mercado de trabalho futuro incluem:
The Future of Jobs 2020 traz também um mapeamento por país. No Brasil as funções emergentes são:
Não é apenas sobre funções emergentes que precisamos saber quando tratamos do futuro dos empregos. É necessário entender também quais habilidades serão mais exigidas. Segundo The Future of Jobs 2020, trabalhar com pessoas, possuir habilidades para resolução de problemas e autogestão, como resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade, estão na lista.
No mapeamento por país o relatório traz as seguintes habilidades como sendo altamente demandadas no Brasil:
O treinamento de funcionários é visto como algo essencial por empregadores. O relatório mostra que 66% dos empregadores acredita que obterão um retorno do investimento ao treinarem o capital humano.
A constatação é de que o número de pessoas que buscam oportunidades de aprendizagem online aumentou em quatro vezes. Além disso, houve um aumento de cinco vezes no número de empregadores que oferecem oportunidades de aprendizagem à distância aos seus trabalhadores e um aumento de nove vezes nas matrículas de pessoas que acessam o aprendizado online por meio de programas governamentais.
No Brasil, 36,9% dos treinamentos são provenientes de aprendizagem e desenvolvimento internos, e 22,6% de treinamentos externos online.
Sabemos que a pandemia acelerou muitas das tendências em torno do futuro dos empregos. Talvez a mais expressiva delas seja com relação às exigências de habilidades e ao desaparecimento de algumas funções. Para os trabalhadores, isso mostra que as transições de carreiras ocorrerão com mais intensidade e em uma frequência maior.
Já para as empresas, como bem cita o texto publicado no World Economic Forum: “o momento atual oferece uma oportunidade para que os líderes empresariais, governamentais e de políticas públicas concentrem esforços comuns para permitir que os trabalhadores prosperem na nova economia”.
Caso queira acessar a o relatório The Future of Jobs 2020 completo, clique aqui.
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Créditos imagem principal: Unsplash por Christina @ wocintechchat.com.
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