Entra ano, sai ano, o verbo da vez é “inovar”, algo que é muito mais fácil de falar do que de realmente fazer. Se para alguns o tema parecia uma moda passageira, o fato é que a inovação se mostra cada vez mais presente nas agendas corporativas.
Sem dúvidas, um dos motivos para isso está no avanço tecnológico que trouxe para nosso cotidiano palavras como Big Data, machine learning, Indústria 4.0, Internet of Things, entre outras. Há também a questão da concorrência que aumenta as expectativas dos clientes e força empresas a tomarem atitudes para não perderem espaço no mercado.
Falem bem ou falem mal, uma coisa é certa: não dá para fugir da gestão da inovação. Mas para que ela seja efetiva, existem alguns pontos que sua empresa deve prestar atenção. Na verdade, são erros (ou armadilhas) a fugir. Confira a seguir:
Geralmente, o planejamento estratégico é criado e são definidas metas operacionais, financeiras, de qualidade, de marketing, estratégicas etc. Mas, algo que muitas vezes as companhias se esquecem, é de alinhar a estratégia de negócios com esforços de inovação.
O problema é que sem uma estratégia orientadora a inovação não tem um objetivo. Sem objetivo, não se sabe qual o orçamento disponível e, o que é pior, a empresa corre o risco de gastar recursos em ideias que a levarão para lugar nenhum.
A gestão da inovação não pode ocorrer de maneira fragmentada. Para tanto, é recomendado que a liderança organizacional comunique claramente seus direcionadores estratégicos para a inovação – ou seja, o porquê. A partir dos direcionadores, os gestores podem trabalhar com suas equipes no “como”.
Se por um lado o planejamento é fundamental e os objetivos de inovação devem estar atrelados a ele, por outro não se deve tê-lo como um guia a ser seguido a qualquer custo. Como o ambiente empresarial é cada vez mais dinâmico e decisões devem ser tomadas cada vez mais aceleradamente, existem momentos que o planejamento precisa se adequar.
Fazer a gestão da inovação é buscar trazer resultados ao negócio, mas sem esquecer que esses resultados devem sempre estar alinhados com o que foi planejado. Então, de tempos em tempos analise indicadores, revise o plano estratégico se necessário e adeque os esforços de inovação.
Existe um erro muito comum quando tratamos de gestão de inovação: a questão tecnológica. Infelizmente, são muitos os líderes que pensam que para inovar precisam investir em tecnologia e esperar toda a mágica acontecer.
Tecnologia requer investimento. Como qualquer investimento feito no ambiente empresarial, é preciso saber quais vantagens ele trará e, o mais importante, quais os objetivos por trás. Sem essas análises será muito difícil definir o ROI, desse modo, o que era para ser um investimento poderá transformar-se em um gasto que nenhuma empresa gostaria de ter.
Ao enfrentar algum problema, veja como poderá resolvê-lo com os recursos que possui. Analise as opções que a empresa tem e, somente depois, se houver necessidade, invista na tecnologia que servirá de solução.
Lembre-se que a inovação não deve estar condicionada a um salto tecnológico. Por exemplo, um serviço criado a partir dos recursos disponíveis na sua empresa já pode ser uma grande inovação. Uma feature acrescentada a um produto para melhorar a usabilidade também já é inovação.
O pensamento de que inovar tem relação com tecnologia é tratado como “miopia da inovação”. Discutimos o tema neste post: Inovação x Criatividade: entenda a Gestão da Inovação.
Para muitas empresas, antes de implantar a gestão da inovação será necessário trabalhar na mudança de cultura. Em culturas paternalistas, por exemplo, gestores são detentores do poder e tendem a ter uma visão mais fechada.
A inovação precisa de colaboração, e isso significa envolver todos os funcionários da empresa. Nenhum negócio consegue ser inovador se não permite que seus times trabalhem juntos, unam competências e tenham uma certa autonomia.
Como comentamos neste artigo, grandes líderes tomam decisões inteligentes, e dentro disso está a decisão de não fazerem tudo sozinho. Portanto, se sua empresa possui uma cultura muito centralizadora e você quer adotar a gestão da inovação, foque primeiro na mudança cultural, dando autonomia aos seus colaboradores, pois eles serão os grandes responsáveis por fazer a inovação acontecer.
Além disso, tenha em mente que empresas inovadoras sempre colocam as pessoas no centro. Por isso, escute-as, acredite nelas e mude quando necessário.
O conceito de MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável) das startups trouxe ao mercado uma dinâmica totalmente diferente sobre lançamento de produtos ou serviços. Se antes esperava-se por algo perfeito a ser colocado no mercado, o MVP prega que uma versão mínima de um produto/serviço já é o suficiente para ser oferecida aos clientes.
Assim, ao invés de esperar meses para um lançamento, hoje tudo acontece em questões de semanas. Isso resultou em um aumento de competitividade, mas também trouxe uma lição importante: a de que errar faz parte do processo de aprendizado.
Aceitar o erro é também algo que deve estar bem claro na gestão da inovação. Empresas inovadoras não têm medo de errar e por conta disso estão sempre apresentando novas ideias e conceitos. No entanto, se o erro é aceito, é preciso também saber quando chegou a hora de parar com um projeto, ou quando é o momento de adaptá-lo.
De nada adianta investir em algo que parecia inovador aos olhos da empresa, mas que não foi recebido da mesma maneira do ponto de vista do mercado. Por esse motivo, saiba que a liberdade para errar é essencial, mas mais essencial ainda é extrair dos erros as lições aprendidas e fazer as adaptações necessárias.
Sobre gestão da inovação, este outro artigo da Glic Fàs, mencionando uma pesquisa conduzida pela McKinsey, trouxe que para mais de 70% dos executivos seniores entrevistados a inovação será um dos três principais fatores de crescimento de suas empresas.
Apesar disso, mais da metade deles não possui confiança sobre os esforços realizados nessa área. Sem dúvidas, uma das razões para esse sentimento é porque ainda existem alguns ajustes a serem feitos dentro da própria organização para torná-la um ambiente propício à inovação.
Dentro desses ajustes está fugir das armadilhas que elencamos neste post. O que você achou delas? Caso tenha algum outro erro comum a acrescentar, conte-nos nos comentários.
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Créditos imagem: Unsplash por Riccardo Annandale
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