Quando morreu, em 1954, Alan Turing era desconhecido do público em geral. Por trás dos bastidores, já era considerado como herói por quebra de código da Segunda Guerra Mundial. Turing foi, para Winston Churchill, o responsável pela maior contribuição para a vitória dos Aliados.
Após a guerra, mais especificamente em 1950, ele fez uma pergunta que mudaria o mundo: “As máquinas podem pensar?”. Sem que Turing soubesse, esse seria o início de uma visão para o que hoje chamamos de Inteligência Artificial.
Em sua essência – e fazendo um link com o que foi dito até aqui – a AI (abreviação do termo em inglês Artificial Intelligence) é o ramo da ciência da computação que responde ao questionamento de Turing de maneira afirmativa. O site Techopedia, define o termo como:
“Uma área da ciência da computação que enfatiza a criação de máquinas inteligentes que funcionam e reagem como seres humanos. Algumas das atividades que os computadores com Inteligência Artificial são projetados incluem:
- Reconhecimento de fala
- Aprendizado
- Planejamento
- Solução de problemas”
Em 2011, o Watson da IBM venceu uma competição no Jeopardy. Em 2014, o primeiro carro autônomo da Google passou no teste de direção. Em 2016, a AlphaGo, do Google DeepMind, derrotou Lee Sedol, campeão mundial Go, antigo jogo chinês cuja complexidade era vista como um grande obstáculo para a Inteligência Artificial.
Esses são apenas alguns exemplos da aplicabilidade da AI. Outros incluem:
“O futuro será caracterizado por dispositivos inteligentes que fornecem serviços digitais cada vez mais esclarecedores em todos os lugares”. A frase é de David Cearley, vice-presidente analista da Gartner, e foi dita no Gartner 2018 Symposium/ITxpo, em Orlando, Flórida. Ele continua: “Nós chamamos isso de malha digital inteligente”, e explica:
O texto foi retirado de um artigo do próprio Gartner sobre as tendências tecnológicas. Nele, vemos o poder da Inteligência Artificial por trás de cada previsão quando o assunto é tecnologia. Não é para menos, afinal a AI é, juntamente com a Indústria 4.0, um termo que estamos cada vez mais acostumados a ouvirmos.
Quando tocamos no assunto, existe uma ampla discussão sobre a dominação das máquinas no ambiente de trabalho. Na indústria da manufatura já vemos o poder da Inteligência Artificial na operação de equipamentos. Isso significa que a tecnologia veio para tirar empregos?
“O primeiro trilionário do mundo será um empreendedor de Inteligência Artificial”. Esta é a opinião do empresário Mark Cuban, de acordo com artigo da CBNC. No mesmo texto discute-se o fato de que máquinas operadas pela tecnologia causarão problemas no mercado de trabalho.
Para Elon Musk – fundador, CEO e CTO da SpaceX e CEO da Tesla Motor – com a introdução de carros autônomos, operários de transporte serão os primeiros a perderem seus postos (isso em uma visão norte-americana). Yuval Noah Harari, autor do bestseller “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade” compartilha de uma opinião parecida. Ele adverte que:
“Cada minuto que perdemos discutindo Trump ou Brexit é um tempo sem pensar na Inteligência Artificial. Daqui 10 ou 20 anos, as pessoas vão olhar para trás e perguntar: por que eles não regularam isso quando ainda podiam?”
A frase de Harari foi retirada de uma matéria publicada na Isto é Dinheiro, com o título “A Inteligência Artificial vai roubar o seu emprego — e isso é só o começo”.
Quem concorda com o título, segue também previsões como a divulgada pela McKinsey. A empresa estima que as perdas globais de empregos poderão passar de 400 milhões para 800 milhões até 2030. Enquanto isso, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico aproxima o número de 14% dos empregos nas economias desenvolvidas.
Mas, será que o futuro será tão nebuloso assim?
Ainda na opinião de Harari, funções que exigem criatividade estarão salvaguardadas. Isso significa que, de acordo com o autor, profissionais de áreas que demandam trabalhos criativos estão imunes às ameaças da Inteligência Artificial, o que é algo positivo para uma parcela do mercado de trabalho.
Se existem aqueles pessimistas com relação à oferta de empregos, uma coisa é fato: a AI criou novas funções, como Cientistas de Dados, por exemplo. Para se ter uma ideia, espera-se que máquinas e algoritmos no local de trabalho criem 133 milhões de novos papéis até 2022, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF) denominado “O Futuro dos Empregos 2018”.
Todavia, o relatório também diz que 75 milhões de empregos poderão ser eliminados. E onde está a visão otimista? Se por um lado tarefas repetitivas serão dominadas por máquinas (e isso eliminará muitos empregos), em outras áreas impactadas pela tecnologia teremos um crescimento mais rápido do que o normal: contadores, cientistas forenses, técnicos geológicos, escritores técnicos, operadores de ressonância magnética, nutricionistas, especialistas em finanças, desenvolvedores web, agentes de crédito e representantes de atendimento ao cliente, para citar apenas alguns, serão impactados positivamente, conforme previsão descrita em texto da Singularity Hub.
O artigo cita outro ponto interessante: “Mas, assim como na internet, os ganhos reais em empregos virão de lugares onde nossa imaginação ainda não pode nos levar”. Por exemplo, antes das redes sociais não existia o posto de “especialista em social media”, ou “líder de marketing digital”, ou “web designer”. É muito provável que por causa da – ou através da – Inteligência Artificial veremos surgir cargos ainda não imagináveis.
É fato que mudanças já estão acontecendo. Isso não significa que viveremos num cenário apocalíptico, no qual máquinas tomarão conta de tudo. O que não podemos negar é que tarefas repetitivas e mais operacionais serão, sim, muito afetadas. Isso abrirá espaço para pessoas exercerem funções mais estratégicas, aproveitando os insights extraídos pela Inteligência Artificial para tomadas de decisão mais precisas.
A mudança pode ter começado, mas levará anos para termos todas as fábricas – ou a maioria delas – funcionando 100% de forma autônoma. A nós, e ainda mais à próxima geração – cabe nos capacitarmos para atendermos às demandas de trabalhos muito menos operacionais e muito mais estratégicos.
E você, o que pensa sobre o assunto? Você acredita que o mercado de trabalho futuro será afetado de maneira pessimista pela Inteligência Artificial, ou tem uma visão mais otimista sobre empregabilidade e AI? Deixe um comentário e compartilhe conosco sua opinião.
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Créditos imagem: Unsplash por Lukas
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