Você acha que uma pessoa nasce líder? Será que existem talentos e valores indispensáveis ou uma personalidade essencial a quem assume a liderança? De acordo com Peter Drucker, no artigo “What makes an effective executive?”, a resposta é não.

Partindo disso, a pergunta que fazemos é: já que não existe um traço na personalidade ou um talento que possa distinguir um líder eficaz de um mediano, é possível encontrar algo em comum nos grandes líderes?

O próprio Peter Drucker ajuda a responder. No mesmo artigo que mencionamos no primeiro parágrafo, ele cita que líderes eficazes seguem oito regras simples:

  1. Perguntam o que precisa ser feito;
  2. Perguntam o que é certo para a empresa;
  3. Desenvolvem planos de ação;
  4. Assumem a responsabilidade pelas decisões;
  5. Assumem a responsabilidade pela comunicação;
  6. Concentram-se em oportunidades, ao invés de focarem em problemas;
  7. Realizam reuniões produtivas; e
  8. Pensem e dizem “nós”, no lugar de “eu”.

Para entender melhor e entrar na discussão sobre o que torna um líder eficaz, invista alguns minutos na leitura deste artigo e veja conosco as questões pontuadas por Peter Drucker.

Líder eficaz: o conhecimento

Conhecimento neste contexto não tem a ver com cursos ou diplomas que uma pessoa possa ter que comprove sua capacidade de liderança. Significa, na visão de Drucker, saber o que a empresa precisa e o que deve ser feito.

Nesse caso, não se trata necessariamente do que a pessoa, como líder, acredita ser melhor para a organização, mas sim o que ela (a empresa), naquele momento, necessita. Importante ressaltar que não se trata de fechar os olhos para o futuro. Pelo contrário, pois um líder eficaz tem a visão para o longo prazo.

A diferença é que ao invés de focar em várias estratégias, o bom líder sabe que deve atender a uma necessidade por vez, e que a mesma tem a ver com o que é certo para a empresa.

“Quando Truman se tornou presidente em 1945, ele sabia exatamente o que queria fazer: concluir as reformas econômicas e sociais de Roosevelt que haviam sido adiadas pela Segunda Guerra Mundial. Assim que perguntou o que precisava ser feito, Truman percebeu que os assuntos estrangeiros tinham prioridade absoluta (…) Como resultado, ele se tornou o presidente mais eficaz em assuntos externos que os Estados Unidos já conheceram”, contou Drucker em seu texto.

Líder eficaz: o plano de ação

Um bom líder não sai tomando decisões e buscando mudanças sem um plano de ação. Ao invés disso, ajuda a criar planos que buscam responder perguntas como: quais são os resultados desejados? Quem serão os responsáveis? Qual será o prazo?

Um plano de ação permite também que os resultados sejam verificados em relação às expectativas. Como Drucker muito bem pontua, sem um plano de ação o executivo se torna prisioneiro dos eventos e não consegue saber se a estratégia definida está sendo bem executada ou se precisa de algum ajuste.

Líder eficaz: responsabilidade nas decisões

Por medo de tomar a decisão errada, muitos líderes acabam adiando a ação – o que quase sempre causa um problema maior. O que muitos esquecem é que o fato de não tomar uma decisão já é a decisão em si.

Bons líderes agem de uma outra maneira, pois sabem que precisam tomar decisões na maioria das vezes sem terem muito tempo para analisar. Dependendo do setor de atuação ou do período que a empresa passa, qualquer demora em fazer um movimento pode significar grandes perdas.

Ao enfrentar uma decisão difícil, é sempre importante lembrar do que se está tentando alcançar (ou seja, trata-se do conhecimento necessário para saber o que a empresa precisa naquele momento). Além disso, bons líderes consideram as consequências prováveis das decisões e suas alternativas disponíveis e, em seguida, tomam a decisão final com convicção, assumindo a responsabilidade.

Para um bom líder, ser um tomador de decisão resoluto e confiante permite a conquista do respeito de sua equipe.

Líder eficaz: a comunicação

A capacidade de se comunicar de forma clara e concisa é algo comum a todos os líderes eficientes. Isso inclui compartilhar informações valiosas, fazer perguntas inteligentes, solicitar sugestões e novas ideias, esclarecer mal-entendidos e deixar claro o que se espera dos liderados ou de um projeto. Inclui, também, ouvir atentamente e saber responder prontamente.

Líder eficaz: as oportunidades

Ao falar que bons executivos se concentram mais nas oportunidades do que nos problemas, logicamente Peter Drucker não queria dizer que problemas podiam ser deixados de lado ou varridos para debaixo do tapete.

Mas, como ele coloca: “a solução de problemas, por mais necessária que seja, não produz resultados. Ela previne danos”. É a exploração de oportunidades que produz resultados.

Para líderes eficazes, quaisquer mudanças são vistas como oportunidades, pois eles questionam como podem explorar cada mudança como uma oportunidade para a empresa. Do mesmo modo, eles garantem que os problemas não sobrecarreguem as oportunidades.

Líder eficaz: as reuniões produtivas

Toda reunião ou é uma total perda de tempo, ou muito produtiva. Um líder eficaz sabe quando realizar uma reunião e como manter a objetividade e o foco para que a mesma seja bem-sucedida.

“Tornar uma reunião produtiva requer autodisciplina. Exige que os executivos determinem que tipo de reunião é apropriado e depois cumpram esse formato. Também é necessário encerrar a reunião assim que seu objetivo específico for alcançado. Bons executivos não levantam outro assunto para discussão”, escreve Peter Drucker.

Líder eficaz: “nós” no lugar de “eu”

Muito antes de pensarem em suas próprias necessidades, o líder eficaz pensa no que é melhor para toda a organização. Isso tem a ver com o primeiro ponto abordado neste artigo, já que para assumir a liderança de maneira correta o profissional precisa saber o que a empresa precisa.

Nunca, em hipótese alguma, um líder deve fazer algo pensando em si mesmo ou até mesmo em sua área apenas. Ele deve se preocupar com seus liderados, mas suas decisões devem estar alinhadas aos objetivos da corporação como um todo.

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