Praticamente duas semanas antes da Organização Mundial da Saúde (OMS) ir à público para alertar sobre o surto de coronavírus, uma empresa canadense de Inteligência Artificial (IA) – a BlueDot – já estava dando o alarme.
A BlueDot usa algoritmos baseados em IA para analisar informações de várias fontes a fim de identificar surtos de doenças e prever como elas podem se espalhar. Em 31 de dezembro de 2019 eles enviaram um aviso aos seus clientes para evitar Wuhan, cidade de onde o vírus se originou. Foi somente em 9 de janeiro que a OMS enviou um aviso público semelhante.
As informações acima foram extraídas do artigo “How AI Helped Predict the Coronavirus Outbreak Before It Happened“. Essa história – conforme descreve o autor, Marc Prosser – é o exemplo mais recente de como podemos utilizar a Inteligência Artificial para ajudar-nos a fazer previsões e, consequentemente, darmos uma resposta mais eficaz às ameaças.
Será que isso tudo nos mostra que a Inteligência Artificial realmente nos ajudará a prever o futuro (e a melhorá-lo)?
No exemplo da BlueDot, a empresa utiliza processamento de linguagem natural e machine learning para procurar por fontes de informação (e isso inclui a análise de 100 mil notícias em 65 idiomas por dia).
Prosser escreve que os dados são comparados com os registros de voo para ajudar a prever os padrões de surto de vírus. “Depois que a pesquisa automatizada de dados é concluída, os epidemiologistas verificam se as descobertas fazem sentido do ponto de vista científico e os relatórios são enviados aos clientes da BlueDot, que incluem governos, empresas e organizações de saúde pública”, escreve.
O mesmo caso de descoberta do coronavírus pela IA foi descrito em artigo na Forbes, com o título “How Artificial Intelligence Can Help Fight Coronavirus“. O texto traz uma citação de Sergey Young, fundador do Longevity Vision Fund: “A inteligência artificial e a ciência genética aplicada estão tornando mais fácil, rápido e barato entender como o vírus se espalha, como gerenciá-lo e como conter seus efeitos devastadores”.
Ainda sobre a crise da pandemia, o Prof. Andrew Hopkins sugere que a AI pode ser usada de três maneiras [fonte]:
E além da BlueDot, outras empresas também estão usando abordagens orientadas por dados para rastrear a disseminação de tipos como o coronavírus. Em seu artigo, Prosser conta que os pesquisadores treinaram redes neurais para prever a propagação de doenças infecciosas em tempo real. Outros estão usando algoritmos de IA para identificar como medidas preventivas podem ter um maior efeito.
Mas, se a Inteligência Artificial é capaz de prever pandemias e seu curso, o que mais ela pode nos dizer sobre o futuro?
A Inteligência Artificial pode ter previsto uma epidemia, mas dentro das empresas, como a tecnologia é empregada?
Em 2019, 53% dos dados e análises globais estabelecidos pelos tomadores de decisão anunciaram que a Inteligência Artificial está em funcionamento ou em pleno desenvolvimento dentro de suas empresas. Os dados são extraídos de empresas da Fortune 500, e estão compilados em um estudo da Forrester.
E para saber o impacto da Inteligência Artificial no mundo, um artigo publicado em The Economist apresenta uma “conversa” entre Tom Standage (editor adjunto do The Economist e do The World in 2020) e uma IA chamada GPT-2, criada pela OpenAI, uma equipe de pesquisa.
O GPT-2 é um “modelo de linguagem não supervisionada” treinado usando 40 gigabytes de texto da Internet.
Dentre as perguntas está sobre quais tecnologias vale a pena ficar de olho em 2020. Conforme a IA, é difícil restringir a lista.
“O mundo está cheio de tecnologias disruptivas com impactos globais reais e potencialmente enormes. O mais importante é a Inteligência Artificial, que está se tornando exponencialmente mais poderosa. Há também o desenvolvimento de carros autônomos. Há muito que podemos fazer com IA para melhorar o mundo”.
Standage perguntou também sobre fake news, questionando se as notícias falsas geradas pela IA representam uma ameaça à democracia e se serão usadas nas eleições presidenciais americanas de 2020.
A Inteligência Artificial respondeu que sim, sendo apenas uma questão de quando. Saindo do campo da tecnologia, a pergunta foi sobre a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos em 2020.
“Acredito que o resultado mais provável é que veremos um mundo mais competitivo com a China como um ator importante. Ao mesmo tempo, veremos uma relação mais equilibrada entre os Estados Unidos e a China, especialmente com relação a questões como política comercial”, respondeu a GPT-2.
Sobre as perspectivas econômicas, a IA respondeu que as perspectivas para a economia do Reino Unido são incertas, mas a economia americana é muito forte. A frase utilizada foi “acho que teremos muita turbulência na economia mundial”.
Sobre outras previsões para 2020: “Eu não sou futurista, mas acho que haverá uma mudança política significativa. Penso que haverá grandes mudanças na UE, principalmente se os britânicos partirem. E provavelmente haverá grandes mudanças na China”.
A entrevista de Tom Standage com a Inteligência Artificial aconteceu em 2019 e, portanto, como hoje sabemos aconteceram outras coisas que mudaram completamente o cenário.
Conforme escreve Marc Prosser, “o fato de o BlueDot ter conseguido identificar corretamente o coronavírus, em parte devido à sua tecnologia de IA, ilustra que os sistemas de computadores inteligentes podem ser incrivelmente úteis para nos ajudar a navegar por incertezas”.
O autor também ressalta algo importante. Esse “poder” da Inteligência Artificial não significa – pelo menos não ainda – que a IA chegou em um ponto em que faz tudo por si mesma. Justamente por isso que a própria BlueDot emprega especialistas humanos para validar as descobertas da IA.
E você, o que acha do poder da Inteligência Artificial para prever o futuro? Com enxerga a importância da tecnologia para sua empresa? Para ir mais a fundo no tema, deixamos abaixo os links para os principais artigos de onde retiramos as informações para este post:
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Créditos imagem: Unsplash por Michael Dziedzic
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