Quando as implicações do coronavírus ficaram claras, empresas realizaram uma verdadeira corrida para se adaptar. Nesse contexto, elas tiveram que mudar a forma de operar para continuar funcionando. Hoje, com empreendedores e donos de negócios mais adaptados, algumas fórmulas foram encontradas. Dentre elas, o modelo híbrido de trabalho.
Segundo a 14ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), que ouviu 1.161 profissionais com, pelo menos, 25 anos de experiência e formação superior, 91% dos entrevistados afirmaram que a jornada híbrida será a norma entre empresas daqui para frente [fonte].
Com profissionais e gestores clamando por mudanças, de que maneira conseguir fazer com que o revezamento entre trabalho remoto e presencial ocorra de maneira correta, seja bom para líderes e liderados e traga os resultados desejados? Confira a seguir.
Conforme a mesma pesquisa conduzida pela Robert Half, um dos maiores desafios do trabalho híbrido é fazer a gestão das tarefas: para 64% dos respondentes é a tarfea mais desafiadora. Para que o modelo híbrido de trabalho possa ser bem executado e os desafios superados, alguns elementos precisam ser levados em consideração. Acompanhe:
O primeiro, e talvez mais importante, é a confiança, uma característica fundamental de gestores que têm equipes revezando entre home office e presencial. No caso do trabalho híbrido, a fim de demonstrarem confiança as empresas que o adotarem terão que partir para uma gestão menos hierárquica e descentralizada. Isso significa dar aos colaboradores responsabilidade e liberdade para tomarem decisões.
O tema já foi discutido aqui em nosso blog. Caso tenha interesse, não deixe de ler: Como conquistar a confiança no trabalho remoto?
Entendemos que para muitos líderes o fato de não ter uma visibilidade real do tempo que os funcionários passam trabalhando, ou que estão fazendo, seja um problema. É aí que surge a adoção da gestão por resultados.
O principal cuidado aqui deve ser o de evitar o microgerenciamento, pois ele vai totalmente de encontro à confiança necessária ao modelo de trabalho híbrido. Nesse sentido, acreditamos que a cultura de resultados possa solucionar o dilema.
Como na forma de revezamento é impossível gerir 100% de modo “visual”, os colaboradores podem ser avaliados pela qualidade do trabalho produzido. Ou seja, não mais pelo número de horas passadas trabalhando.
Destacamos que a gestão por resultados reconquista o funcionário e restaura a confiança. Além disso, economiza tempo para os gestores, os quais passam menos tempo monitorando o que seus colaboradores estão fazendo.
Outro elemento do modelo híbrido é a comunicação, pois é muito mais difícil se comunicar com a equipe quando ela está em alguns momentos presente e em outros à distância. É comum, nesse cenário em que o time está disperso em locais diferentes, as trocas serem menos espontâneas, ou até menos frequentes.
Apesar de no modelo híbrido de trabalho os membros dos times estarem cada um em um local, o gestor pode utilizar ferramentas de videoconferência para recriar situações informais. Dentre as boas práticas está a organização de coffee breaks ou aperitivos virtuais. Para os que gostam de sair do tradicional, podem pensar em conduzir ações diferentes, como exemplo um concurso da melhor foto da semana.
Tenha em mente que além de promover a coesão da equipe, atividades de recreação servem para fortalecer os laços entre os membros do time e fazê-los sentir como integrantes da empresa. Portanto, sejam formais ou informais, as interações precisam ocorrer com uma certa frequência.
Vale ressaltar ainda que para equipes híbridas a comunicação escrita é tão importante quanto a oral. Ela garante que haja compartilhamento de informações e decisões por todos os funcionários, mesmo com aqueles que não puderam participar de uma determinada reunião.
Enfim, não esqueça que gerenciar equipes remotamente significa manter proximidade com os funcionários.
A Harvard Business Review publicou um texto com o título: “How to Do Hybrid Right”, de Lynda Gratton. O artigo gira em torno dos arranjos necessários que as empresas deveriam fazer para adotar o modelo híbrido com eficiência.
O texto mostra a importância de focar nas preocupações humanas individuais. Além do que pontuamos acima, isso inclui dar uma atenção especial aos projetos e fluxos de trabalho. Para começar, o primeiro item é que “novos arranjos híbridos nunca devem replicar as más práticas existentes”.
É graças à tecnologia que podemos ter o trabalho híbrido, certo? O problema é que, na hora de reprojetar o workflow para aproveitar o que as novas tecnologias tornaram possível, podem cair no erro de replicar as falhas existentes nos fluxos existentes anteriores à pandemia.
Por isso, o segundo ponto é um alerta de Lynda Gratton. As empresas precisam analisar seus workflows e verificar:
Levando em consideração o bom andamento dos projetos, outros dois itens para ficar de olho são:
Colocar em prática o modelo híbrido de trabalho traz muitos desafios para a empresa, seus gestores e colaboradores. Não esqueça que todas as mudanças realizadas devem estar alinhadas com os valores da organização e, principalmente, apoiar a cultura.
Se na sua empresa o revezamento entre espaço virtual e físico já é uma realidade, a dica de Lynda é fazer um balanço das mudanças realizadas para que essa forma de trabalho seja ainda melhor. Envolva os colaboradores e questione-os o que pode ser aprimorado e o que precisa de uma atenção diferenciada.
Lembre-se que a gestão na forma híbrida exige fortalecer as habilidades de comunicação, mostrar confiança às equipes e dar autonomia. E, claro, esse novo modelo de trabalho requer a adoção de ferramentas que facilitam a colaboração remota da equipe.
A sua empresa já adota o trabalho híbrido? Se sim, como está sendo a experiência? Caso haja algo para complementar ao nosso texto, fique à vontade! Deixe-nos um comentário e compartilhe conosco.
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Créditos imagem principal: Pixabay por mohamed Hassan.
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