O que faz uma empresa de sucesso? O que faz uma organização se tornar líder em seu segmento?
Seriam seus produtos de qualidade? Uma estratégia voltada para o cliente? O atendimento impecável? O bom relacionamento com seus stakeholders? A conformidade com os princípios da governança? A transparência em suas atividades?
Dentre todos os “sims” que damos como respostas às perguntas, existe algo que também está presente em empresas que se destacam: a inovação. Sobre o tema, a McKinsey conduziu uma pesquisa que resultou no seguinte:
“Mais de 70% dos executivos seniores afirmaram que a inovação será pelo menos um dos três principais fatores de crescimento de suas empresas nos próximos três a cinco anos. Outros executivos veem a inovação como a maneira mais importante para as empresas acelerarem o ritmo das mudanças no atual ambiente de negócios global.”
Todavia, a mesma pesquisa mostra que a maioria dos executivos (65%) estava apenas “um pouco”, ou “nem um pouco” confiante nas decisões que tomam nesta área. O que, então – como questiona o texto da McKinsey -, explica a lacuna entre as aspirações e a execução dos líderes?
Para falar justamente sobre essa lacuna, abordaremos a inovação no ambiente de negócios.
“A inovação começa com o mindset certo”, diz um subtítulo do artigo “How Leaders Can Make Innovation Everyone’s Day Job”, publicado no site da Singularity Hub. Por isso, acreditamos que a inovação deve ser um valor corporativo.
Para muitas empresas isso significa uma mudança de gestão, pois para que a inovação seja um valor todo funcionário deve sentir que possui algum nível de autonomia. Permitir que os colaboradores pensem de forma independente e encontrem novas maneiras de resolver antigos problemas deve ser um dos papéis dos líderes.
Aliás, se por um lado grandes líderes tomam decisões inteligentes, por outro também sabem que não podem – e nem devem – fazer tudo sozinhos. Isso porque liderar tem também a ver com ouvir, orientar, confiar e capacitar equipes a terem um olhar voltado para descobertas.
Sobre isso, o texto da Singularity Hub traz um exemplo: “o CEO da Microsoft, Satya Nadella, acredita que incutir uma cultura de descoberta é fundamental para o sucesso futuro da empresa (…) Nadella diz: ‘Queremos ser mais uma cultura de aprender tudo do que uma cultura de saber tudo’”.
Portanto, respondendo à pergunta deste tópico: a inovação é incentivada pela liderança mas deve ser um papel de todos da empresa, sendo que todos devem ser impulsionados a sempre buscar conhecimento.
A sugestão da McKinsey é começar integrando formalmente a inovação à agenda de gerenciamento estratégico dos líderes seniores. Ao fazer isso, não apenas a inovação será incentivada, ela será também gerenciada, monitorada e medida como um elemento central das aspirações de crescimento de uma empresa.
Em seguida, o texto sugere que executivos façam melhor uso do talento existente (e muitas vezes inexplorado) para a inovação, criando as condições para tal. Por fim, o artigo segue apontando que, para fazer da inovação parte integrante da empresa, líderes podem tomar medidas para promover uma cultura de inovação baseada na confiança entre os funcionários.
“Nessa cultura, as pessoas entendem que suas ideias são valorizadas, confiam que é seguro expressá-las e supervisionam coletivamente os riscos, junto com seus gerentes. Esse ambiente pode ser mais eficaz do que incentivos monetários para sustentar a inovação”, esclarece o texto da McKinsey.
Para que possa realmente haver uma cultura de inovação baseada na confiança, Micah Solomon, em artigo na Fobes, diz que uma questão primordial é os líderes construírem “uma cultura sem culpa”.
Todos nós nos sentimos confortáveis com o que conhecemos. O mesmo, de acordo com o autor, se aplica aos funcionários, que “se sentem universalmente mais seguros com o status quo do que tentando inovar, porque é menos provável que levem a erros”.
Portanto, se como líder você deseja que seus colaboradores busquem pela inovação, é fundamental deixar claro que inovar é também falhar e que não existirão julgamentos nesse sentido (salvo, claro, casos em que ocorram problemas éticos, fraudes, violações de segurança etc.). Aliás, o fracasso é inevitável quando se promove uma cultura de inovação. Embora ninguém pretenda fracassar, entender que isso vai acontecer, e que você, como líder, ficará bem quanto a isso – é uma qualidade essencial para grandes lideranças.
Note que criar uma cultura de inovação não significa dizer que toda ideia deve ser aceita como ótima ou toda nova proposta de produto deve ir diretamente para a prototipagem. O que queremos dizer é que deve haver espaço nos times para discussões e brainstorming, pois antes de qualquer coisa a “inovação é um processo de exploração e experimentação disciplinadas”.
Esse processo, segundo texto da Singularity Hub, é composto por seis habilidades:
Perspectiva do cliente: ao enxergar a situação da perspectiva de um cliente, conseguimos identificar o que eles realmente precisam e analisar, a partir disso, como podemos ajudá-los.
Colaboração: incentive a colaboração entre colegas e parceiros que trazem experiência e perspectivas diversas.
Conte histórias: neste item o artigo sugere a utilização de histórias para apresentar uma ideia e trabalhá-la de maneira mais fácil de ser entendida.
Dê um passo para trás: muitas vezes focamos em encontrar saídas complexas, quando, na verdade, a solução é muito mais simples do que imaginamos. Ao dar um passo para trás conseguimos melhor visualizar o quadro geral e ampliar nossa visão sobre o problema (e sobre a solução).
Experimente: quando experimentamos, descobrimos se o que identificamos realmente faz sentido e será valorizado por nossos clientes.
Abrace a incerteza: inovar é entrar em um terreno cheio de incertezas e isso pode ser um desafio para muitos (especialmente para líderes). Para lidar com essa barreira, lembre-se que quando falamos de cultura da inovação estamos nos referindo ao aprendizado contínuo, e isso significa errar, corrigir os erros e seguir adiante.
É comum, quando pensamos em inovação, associarmos com algo que acontece em sessões de brainstorming e que delas saem ideias de novos produtos espetaculares. Mas, como deixa claro o artigo da Singularity Hub, “é preciso mais do que uma sessão de brainstorming, na qual geramos muitas ideias, mas poucas levam a mudanças significativas”.
Então, quando for atuar como um líder que realmente incentiva a inovação, certifique-se de criar uma atmosfera que inspire todos a buscarem novas soluções e que abra espaço para novas ideias.
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