Na família das normas ISO, a ISO 31000 trata da gestão de riscos. De acordo com ela, um risco é definido como o “efeito da incerteza nos objetivos”. Por meio de um framework reconhecido globalmente, a ISO 31000: 2009 define princípios e orientações genéricas sobre o gerenciamento dessas incertezas.
Falamos sobre incertezas porque um risco pode ser tanto uma ameaça quanto uma oportunidade. Por consequência, tudo vai depender de como a organização reage: se ela está atenta para maximizar os pontos positivos ou minimizar os aspectos negativos. A fim de gerenciar todos os tipos de riscos de maneira proativa, existem os indicadores chave de riscos.
Conhecidos pela sigla KRI (proveniente do inglês Key Risk Indicators), os indicadores chave de riscos referem-se às métricas usadas por uma empresa para que monitorem o grau de exposição a uma ameaça ou oportunidade. Como sabemos, todas as empresas precisam assumir certos riscos para crescerem ou até mesmo continuarem no mercado.
Basicamente, a regra é: se de um lado toda organização precisa correr riscos para criar valor, por outro, é importante que ela gerencie esses riscos para proteger o valor. E essa é a principal relevância dos indicadores chave. Mas as vantagens não param aí.
Em várias oportunidades citamos em nosso blog o quão atentas as empresas precisam estar com a governança corporativa, pois ela fornece o suporte para que gestores e diretores entreguem a estratégia planejada, atraiam investimentos, gerenciem custos, tomem decisões assertivas e respondam aos riscos.
Com uma pressão crescente de órgãos reguladores, as organizações de um modo geral também se sentem pressionadas para articularem os riscos, a fim de gerenciá-los conforme o apetite ao risco. E é justamente com a análise de indicadores que essas mesmas incertezas podem ser gerenciadas.
O assunto também cresce em importância em momentos de crise, uma vez que muitas empresas acabam indo à falência porque não ajustam os riscos à estratégia corporativa, ou porque o próprio board ignora os riscos que a empresa corre. Com a definição e o monitoramento constante dos KRIs, o cenário pode ser revertido.
Dica Glic: Como o board pode ajudar na preparação da crise?
Além disso, os indicadores chave de riscos beneficiam a organização nos pontos a seguir:
Idealmente, indicadores chave de riscos eficazes possuem várias características, como:
De modo geral, KRIs podem ser qualquer métrica utilizada para identificar uma exposição ao risco ao longo do tempo. Na hora de defini-los para sua empresa, é importante entender que para cada risco mapeado pode existir um indicador chave que o monitorará (por exemplo: indicador para monitorar o risco de diminuição de produtividade, de perda de receita, entre outros).
Vale ressaltar que a fim de definir os principais indicadores chave de riscos é fundamental que as metas da organização sejam compreendidas. Muitas estratégias de gestão de riscos falham porque não existe um alinhamento com as metas organizacionais.
Portanto, tenha em mente que cada KRI deve ser capaz de ser medido e refletir com precisão o impacto negativo ou positivo que teria nos indicadores chave de desempenho (KPIs) da organização. Aliás, falando em KPIs, é normal haver confusão entre indicadores de desempenho e indicadores de risco. Para evitar que isso aconteça com você, esclarecemos a seguir.
Quando tratamos de indicadores chave de desempenho falamos de métricas que ajudam uma organização a avaliar o progresso em direção às metas declaradas. Já os KRIs são como se fossem métricas de rastreamento, pois ajudam a entender como está o perfil de risco da empresa e qual o impacto de que uma ameaça ou oportunidade modifique o objetivo organizacional.
Perceba que tanto indicadores chave de risco quanto de desempenho trabalham com os objetivos da organização. Por isso, é imprescindível que cada KRI reflita como cada KPI pode ser impactado. Para entender bem a diferença entre os indicadores, grave que:
Note ainda que existe uma relação entre risco e desempenho, e para ilustrar, imagine que uma empresa decida criar um KPI para monitorar o crescimento de sua participação no mercado. Como o objetivo dessa empresa é o de expandir a participação, o que pode evitar que isso aconteça?
Rapidamente podemos imaginar o surgimento de novos concorrentes ou perda de clientes. Assim, essa empresa pode ter um KRI para monitorar os riscos de perda de participação no mercado relacionados à diminuição da carteira de clientes e ao aumento da concorrência.
Agora que você entendeu a importância dos indicadores chave de riscos, que tal se aprofundar um pouco mais sobre a gestão de riscos propriamente dita? Caso seja de seu interesse, disponibilizamos um e-book completo sobre o tema. Para acessá-lo, clique no link a seguir:
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