O tema inovação tem sido cada vez mais discutido. Muitas vezes seu verdadeiro sentido se confunde, pois inovar é algo tido como um sinônimo apenas de desenvolvimento de um novo produto ou da criação de ideias revolucionárias. A isso podemos chamar de miopia da inovação, a qual, como mostraremos neste post, precisa ser evitada.
Para eliminar essa visão mais estreita da Gestão da Inovação, sugerimos, primeiro, um alinhamento de conceito.
A Inovação pode ser definida como a criação de valor aos clientes e para a empresa de modo geral (como para os seus colaboradores). Destacamos que tem muito mais a ver com criar valores ao invés de novas coisas. Isso porque a inovação muda uma ou mais dimensões do sistema organizacional. Por exemplo, empresas podem inovar em campos como:
Para Peter Drucker, a inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio através do qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente, sendo um esforço para criar mudanças objetivamente focadas no potencial econômico ou social de um empreendimento. Drucker defendia que inovar é atribuir novas capacidades aos recursos existentes na empresa, gerando riqueza.
Ao juntarmos o conceito de Drucker com o que explanamos no início deste tópico, podemos, então, dizer que inovação explora a mudança como uma oportunidade para gerar valor. Basicamente, a Gestão da Inovação gera benefícios como:
Muitos confundem inovação com criatividade ou invenção, e é preciso fazer uma diferenciação desses conceitos.
Começando por Criatividade versus Inovação, podemos dizer que a principal diferença está no foco. Criatividade significa desencadear o potencial da mente para conceber novas ideias e, portanto, é algo mais subjetivo.
Por outro lado, a gestão da inovação introduz mudanças, sendo completamente mensurável. Preocupa-se com o trabalho necessário para tirar uma ideia do papel para viabilizá-la, pois inovação é a exploração com sucesso de novas ideias. Ao identificar uma necessidade não reconhecida e não atendida, uma organização pode usar uma solução inovadora para seu investimento.
Uma grande ideia pode ficar sem uso em uma empresa anos a fio, não porque seus méritos não sejam reconhecidos, mas porque ninguém assumiu a responsabilidade de converter palavras em ação (ou seja, porque ninguém conseguiu converter criatividade em inovação).
E Inovação versus Invenção? Bom, entendemos que inovação tem também a ver com o processo de transformar uma ideia criativa em realidade. Já invenção é sobre criar algo. Explicando melhor: a invenção é quando algo é descoberto, enquanto a inovação tem a ver com a introdução de uma maneira eficaz de usar, produzir ou distribuir algo.
Para conseguir aplicar a gestão da inovação é preciso entender os elementos que a compõem. O primeiro deles é a cultura organizacional. Empresas nas quais seus colaboradores só escutam “não” com certeza não serão ambientes propícios ao diálogo e à troca de ideias (e lembre-se que inovar tem a ver com explorar novas ideias). A comunicação aberta e o estímulo à participação de todos é fundamental para que surja a inovação.
Com isso, temos a liderança exercendo um papel importantíssimo, pois ela deve ser a grande norteadora e apoiadora de um local aberto a práticas inovadoras, além de claro, ser a provedora dos recursos necessários para dar partida à máquina da inovação. Além de cultura e liderança, todo processo de gestão da inovação precisa de governança para orientar e delimitar fronteiras.
Para que a miopia da inovação seja evitada, é preciso entender como ocorre o processo da inovação. Como você deve imaginar, tudo inicia com a geração de ideias para criar valor (seja solucionando um problema, seja pensando em melhorar um produto, processo, serviço, atividade, área etc.). Nessa primeira etapa, gostamos de pensar na pulverização de ideias, ou seja, em juntarmos ideias oriundas de pessoas de diferentes setores, conhecimentos e vivências, para que os horizontes se expandam.
É necessário também a empresa disponibilizar canais para capturas de ideias. Isso pode ser em murais, e-mails, caixas de sugestões, entre outros. Desse modo, a organização terá em mãos diferentes ideias. Para definir qual será colocada em prática passa-se pelo processo de conceituação. Durante essa etapa, ocorre o agrupamento das ideias afins, bem como a priorização das mesmas.
A implantação da gestão da inovação pode ser algo desafiador, por isso é preciso sensibilizar e mobilizar toda a empresa (mais uma vez, a liderança tem um papel fundamental) e, claro, a cultura organizacional fará toda a diferença.
A miopia da inovação tem muito a ver com conceitos, pois existe a visão errônea de que inovação está relacionada apenas com tecnologia, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Contudo, lembre-se que gestão da inovação tem a ver com criar valor, seja quando o colaborador de chão de fábrica tem uma ideia para mudar o processo de operação de uma máquina, seja para melhorar um produto para um cliente.
Independente de para quem a inovação criará valor, é necessário que a liderança seja o sponsor do processo, incentivando a troca e a pulverização de ideias.
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