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Como organizar uma startup que tenha sucesso no futuro?

Em épocas de crise econômica é muito comum os profissionais, ao enfrentarem dificuldades para se recolocarem, buscarem por alternativas.

Há também aqueles que, empregados, percebem que o mercado está mudando e também decidem tomar algumas decisões. Em ambos os casos, seja por necessidade ou pela busca de um sonho (ou, ainda, pelos dois motivos), a saída encontrada é a de empreender. Nesse contexto, as startups atraem muitos olhares.

Por definição, uma startup é um negócio criado para ter crescimento escalável.

“Ok, mas não é isso que toda empresa busca?”

Na verdade, não exatamente, pois existem empresas que nascem para ser pequenos negócios (imagine um restaurante na sua cidade, por exemplo) e não há nada de errado nisso. Portanto, ao pensar nesse modelo de negócio, é preciso ter em mente que startup é sinônimo de muito planejamento e trabalho duro.

Ainda há quem diga que startup é uma empresa que surge para resolver um problema, cuja solução ainda não existe e o sucesso não é garantido. Por isso, dentre as motivações de se iniciar esse modelo de negócio está a identificação de uma oportunidade, tendência ou de solução para um problema.

Não tem como entrar no mundo do empreendedorismo sem paixão, e para criar uma startup não se pode fugir a essa regra. Lembra de que citamos que planejamento e muito trabalho são seus sinônimos? Você vai concordar que sem paixão, ou até mesmo sem o desejo de criar valor, não haverá motivação.

Portanto, aqueles que pensam em startup ou que já têm um modelo de negócio definido no papel, devem avaliar se existe paixão, desejo de criar valor, vontade de trabalhar (e muito) e motivação para entrar nessa empreitada. Esses são os ingredientes essenciais para dar forma ao negócio.

No entanto, sabe quando você vai fazer um bolo, olha a receita, pega os ingredientes, segue todos os passos, mas, ao final, a massa não ficou como deveria? Isso pode acontecer porque, ao ter todo o desejo de criar uma empresa o empresário decide partir de uma competência individual que o distingue para criar o negócio, porém, percebe que não possui as competências mínimas para ser o gestor do negócio.

Ser gestor exige caminhada

Falando primeiro de competências profissionais, para adquiri-las pode-se fazer uma analogia com a maturidade do ser humano – criança, adolescente, adulto jovem e adulto maduro ou velho. Ao iniciar a carreira o profissional, justamente por nunca ter trabalhado (fase criança), a pessoa não sabe como funcionam as relações de trabalho ou como produtos são entregues, por exemplo. O profissional começa a aprender com todo seu potencial e vontade.

Quando atinge um certo patamar, ele começa a ousar, fazer suas experimentações e fugir dos processos estabelecidos. Com isso, ele também aprende. Em seguida aparecem os desafios de produtividade (“como posso ser mais eficaz e eficiente?”) e, claro, o aprendizado.

Ao atingir a fase de adulto maduro ele passa a ensinar os mais jovens, já que é um expert em uma ou mais competências. Isso segue até que ele decide fazer algo diferente, como criar uma empresa a partir de uma especialização. Apesar de ter vasto conhecimento em sua área, ao tratar de gestão de negócios é muito provável que o profissional passe por todos os estágios para aprender a competência de gerenciamento.

Se falarmos especificamente do gestor de negócio, existe também um ciclo de papéis que vão do especialista – expert na competência -, passam pelo supervisor da competência, evoluem para o dono do negócio e, quem sabe, se desenvolverão para o investidor do negócio.
Com isso, queremos dizer que ter uma ideia não significa ser capaz de gerenciar um negócio. A fim de ser o gestor da própria empresa, é preciso tomar alguns cuidados.

Pontos de atenção ao organizar uma startup

Para criar uma startup é preciso primeiramente ter os ingredientes de motivação que citamos. Em seguida, deve-se pensar como um gestor. Isso significa conseguir distanciar-se do negócio com desapego. Como em qualquer relacionamento, o lado da razão tem que entrar em cena por meio de decisões racionais e estratégicas.

Aliás, pensar de forma estratégica é essencial para a sobrevivência do negócio. Startups não nascem de um dia para o outro e, muito menos, trazem resultados em pouco tempo. Por isso, não adianta trabalhar com os ingredientes que citamos e aplicá-los em receitas milagrosas.

O mercado está repleto de exemplos de empresas que afundaram em seus primeiros passos porque decidiram pegar atalhos para o crescimento. O fato é que no mundo dos negócios listas milagrosas sobre “como fazer sua empresa crescer em 3 meses” não passam de ilusão. É aí que o empreendedor precisa tomar muito cuidado.

Vemos muitas pessoas dando palestras e escrevendo sobre empreendedorismo como se fosse algo que trouxesse o resultado que o profissional não conquistou em 20 anos de carreira. Ou, o que é pior, como se fosse algo simples. Isso faz com que empresas sejam criadas sem gestão de riscos, sem controle de fluxo de caixa, sem uma cultura organizacional definida e sem objetivos claros e precisos.

Claro que com o ingrediente da paixão fica muito mais fácil trabalhar horas a mais para fazer o negócio sair do papel para crescer. Fica igualmente mais fácil dedicar-se, ser proativo e dar o seu melhor. Contudo, tenha em mente que empreender com sucesso exige o tripé: planejamento estratégico, planejamento financeiro e conhecimento (tanto da área em si quanto sobre gerenciamento).

Quando uma ponta desmorona as demais sentirão o efeito. Empreender, organizar uma startup, exige visão estratégica, com metas bem definidas. Exige trabalhar o modelo de negócio de modo que ele cresça em receita e não em custos. Exige, portanto, planejamento, controle, paciência e persistência.

 

Créditos: Foto projetada por Jannoon028 – Freepik.com

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
  • Diretora Executiva
  • Mentoria em gestão de negócios.
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