Como a (verdadeira) Conformidade Corporativa impacta na governança?
Compliance, ou conformidade, é o processo de garantir que sua empresa e seus funcionários sigam leis, regulamentos, padrões e práticas éticas que se aplicam ao setor da sua organização. Ainda, dizemos que se trata de um conjunto de processos adotados para garantir que os funcionários e a empresa como um todo respeitem tanto regras e regulamentos externos quanto as regras internas de conduta.
Muito tem se falado de compliance, mas nem todas as empresas entendem a importância de uma real conformidade corporativa. E o que é pior: esquecem-se que a mesma tem a ver com a adoção de boas práticas da governança.
Neste artigo, veremos a importância de permear a cultura de compliance em toda a empresa. Vamos lá?
Por que Conformidade Corporativa é importante para seu negócio?
Começamos dizendo que sem uma conformidade corporativa é impossível construir ou manter um nível de confiança entre as partes interessadas. A confiança é fomentada por três elementos:
- Interações sinceras entre pessoas;
- Comunicação honesta; e
- Cumprimento de compromissos.
Perceba que um líder, por exemplo, não pode ter certeza de que seus liderados estão cumprindo os compromissos a menos que existam regras e normas que tenham sido adotadas e enfatizadas em toda a organização.
Outro ponto importante vem a partir de um pensamento de Warren Buffett. Segundo ele, são precisos 20 anos para construir uma reputação e cerca de cinco minutos para perdê-la. Se sua empresa não adota a conformidade corporativa, é bem provável que ao longo de seu ciclo de vida ela sofra danos na reputação.
Caso sua companhia não seja confiável no mercado, é improvável que clientes apostem e invistam em seus produtos e serviços. A regra aqui é simples: sem os princípios de compliance a organização caminha da mesma maneira que o faz um homem com os olhos vendados, ou seja, qualquer passo pode levar a um acidente.
O exemplo do homem vendado é também ótimo para definir aquelas empresas que não se preocupam com riscos corporativos. Ao pensar no assunto, muitas organizações enxergam os riscos apenas em termos de forças externas que podem afetá-las.
São empresas que se preocupam com concorrência, tendências e forças econômicas, mercado externo e desastres naturais (para citar alguns exemplos). Logicamente que essas são preocupações relevantes, mas é preciso trazer a gestão para um lado mais protagonista e entender que uma grande parcela das ameaças e oportunidades é gerada internamente (veja casos de fraudes contábeis, por exemplo). Um programa de conformidade corporativa entende isso e se atenta a proteger a organização de todos os riscos que podem afetá-la.
Assim, uma verdadeira cultura de conformidade corporativa…
Observe que uma cultura de compliance bem estabelecida baseia-se na responsabilidade de cada membro do quadro organizacional em realizar e controlar os processos de negócios para melhorar o desempenho e, consequentemente, alcançar metas de negócios. Uma cultura ética e transparente envolve também stakeholders externos, como a comunicação com fornecedores, clientes, reguladores e investidores.
Construir uma cultura de compliance é também um processo para priorizar riscos e educar diretores, gerentes e funcionários a gerenciar esses riscos. Desse modo, quando os fatores que sustentam a cultura são promovidos, isto é, saem do papel e tomam forma na vida real, a organização está mais apta a proteger sua reputação e garantir um crescimento sustentável.
A falha ao controlar uma atividade ou um processo abre a possibilidade de uma cadeia de más práticas que podem desencadear um incidente, em maior ou menor grau, mas que pode impactar a imagem da empresa em longo prazo. E são justamente essas falhas que poderão afetar todo o sistema de governança corporativa.
Como vimos neste post, a gestão de riscos é fundamental para a organização ser proativa em seu sistema de governança. Por meio do gerenciamento de riscos é possível mapear ameaças e oportunidades que podem afetar os pilares da GC de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
Aí que entramos na relação entre governança e compliance
Se a relação entre riscos e governança é fundamental, o mesmo dizemos, então, da governança corporativa e compliance. Para entender melhor, vamos rever o conceito já abordado em outra oportunidade:
- Governança corporativa (GC) trata de um conjunto de boas práticas para aumentar a confiança dos stakeholders (investidores, acionistas, fornecedores, colaboradores etc.) perante aos administradores de uma organização.
Como vimos, uma cultura de conformidade corporativa garante que:
- Colaboradores entendam suas responsabilidades e deveres;
- Requisitos legais e controles sejam incorporados nos processos de negócios;
- Operações sejam executadas dentro da conformidade com leis, regulamentos e procedimentos internos e externos.
Já que compliance, como mostrado aqui, é o conjunto de processos adotados para garantir que os funcionários e a organização como um todo respeitem regras e regulamentos externos, bem como as regras internas de conduta, para que os pilares da GC possam ser realmente levados em consideração a empresa necessita de um programa de conformidade corporativa robusto.
Por fim: sua empresa adota a verdadeira conformidade corporativa?
Empresas que querem aplicar um programa de compliance verdadeiro e, assim, conseguir evoluir na governança corporativa, devem ter a cultura da conformidade corporativa. Para que essa cultura se permeie na organização o processo deve ser top-down, ou seja, de cima para baixo na cadeia organizacional.
No artigo Sua empresa pode estar em perigo! Conheça os riscos de compliance e proteja-se, comentamos que a conformidade corporativa só vai ser levada a sério se líderes organizacionais obedecerem às regras.
Em outras palavras, não se trata de criar meia dúzia de procedimentos e um código de conduta, e achar que sua empresa se enquadra nos padrões de conformidade. É preciso ir além, fazendo com que todos na empresa entendam da importância de atuarem dentro dos padrões legais e de ética. Para isso, não tem jeito: o exemplo tem que vir de cima.
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