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Equidade + diversidade nas empresas = inclusão e estratégia

Setenta por cento das empresas brasileiras não realizam ações de igualdade (como cursos, palestras ou criação de comitê). Esta foi a conclusão de uma pesquisa realizada pela Tree Diversidade, consultoria especializada na educação e promoção de diversidade de gênero.

A equidade e diversidade nas empresas são tópicos cada vez mais abordados. O assunto, que para muitos pode ter começado como um modismo, passou a tomar proporções importantes. O fato é que se as empresas não levarem essa diversidade para dentro de seus ecossistemas – estimulando equidade para os diferentes -, elas terão cada vez mais dificuldades em entender seus clientes/consumidores. Consequentemente, não apenas perderão clientes/consumidores, como também valor de mercado.

Em outra oportunidade abordamos a importância da diversidade no Conselho de Administração. Por entendermos que equidade e diversidade nas empresas é um caminho necessário e sem volta, voltamos ao tema e esclarecemos alguns outros pontos.

O que é diversidade e equidade?

Falar sobre equidade e diversidade nas empresas significa dizer que nossas organizações devem refletir as comunidades que servimos. Para entender melhor:

  • A diversidade aborda o respeito pelas diferenças de origem étnica, sexo, idade, nacionalidade, orientação sexual, nível educacional, portadores de necessidades especiais e afiliação religiosa. Diz respeito também às questões mais difíceis de medir ou ver: pessoas com diferentes históricos educacionais, tipos de personalidade, referências culturais, experiências ou habilidades físicas.
  • A equidade tem a ver com oferecer a todos as mesmas oportunidades e um tratamento igualitário. Em outras palavras: dar a todos acesso igual para uma mesma oportunidade.

Quando tocamos no assunto de equidade e diversidade nas empresas estamos abordando um tema ligado às duas palavras: a inclusão. Inclusão é quando todas as pessoas de uma organização, grupo, comunidade etc., são respeitadas, valorizadas, empoderadas, ouvidas e possuem um verdadeiro sentimento de pertencimento.

Por que uma empresa deve ter diversidade?

Como diz Luiza Trajano em um de seus vídeos no LinkedIn sobre diversidade, uma empresa trabalha para todos. Mesmo que um negócio seja voltado para um público feminino, por exemplo, ele não pode dizer que não aceita clientes homens. Seguindo essa linha de raciocínio, a empresária questiona: “se eu tenho uma empresa para todos, como não vou poder ter diversidade de pensamento?”

Por isso, a diversidade nas empresas é sinônimo de inovação. A junção de indivíduos de diferentes experiências, etnias, sexos, idades, entre outras características, é propícia para a diversidade de pensamento, algo essencial para que surjam processos, serviços e produtos inovadores. Além disso, diferentes talentos, habilidades e experiências podem ser benéficos para a organização e para o crescimento pessoal e profissional de quem trabalha junto.

A redução de conflitos é outro benefício sentido por empresas onde a diversidade é reconhecida e praticada. Organizações que pregam por um ambiente igualitário e inclusivo possuem uma política de boa convivência e tolerância clara. Dessa maneira, os desentendimentos por diferenças de opinião e as dificuldades de chegar a um consenso diminuem.

O tema é igualmente importante se pensarmos em atração e retenção de talentos. Ambientes nos quais a inclusão é uma prioridade com toda certeza são mais propensos a contar com funcionários satisfeitos e felizes. Assim, a diversidade nas empresas encoraja os trabalhadores a serem mais engajados e a alcançarem o seu melhor. Quanto maior a moral da equipe, mais produtivos são seus colaboradores. Dessa conta, o resultado você já sabe: mais lucro para seu negócio.

Diversidade nas empresas = aumento nos lucros

A equidade e a diversidade nas empresas, além dos benefícios que citamos, é algo que influencia nos lucros do negócio. Quem afirma isso é a McKinsey, em um estudo sobre diversidade no local de trabalho (Delivering through diversity). O estudo afirma a relevância global do vínculo entre diversidade – definido como uma maior proporção de mulheres e uma composição étnica e cultural mais mista na liderança de grandes empresas – e desempenho financeiro da organização.

Dentre as mais de mil empresas globais analisadas, concluiu-se que aquelas com maior diversidade de gênero da amostra (no quartil superior) têm 21% mais chances de apresentar resultados acima da média do mercado se comparado com as organizações com menor diversidade do grupo. No caso da diversidade cultural e étnica, o número sobe para 33%.

Os dados de 2017 apontam para uma correlação positiva entre diversidade de gêneros em equipes executivas e as medidas de desempenho financeiro: empresas de quartil superior em diversidade de gênero em nível executivo tinham uma probabilidade de 21% de superar seus pares do quarto quartil na margem de EBIT, e também tinham uma probabilidade de 27% de superarem os pares do quarto quartil na criação de valor a longo prazo.

Caso de sucesso sobre diversidade: 99jobs

Antes de encerrarmos, vamos compartilhar uma iniciativa bem interessante que aborda a diversidade nas empresas de forma inovadora.

O Itaú-Unibanco abriu vagas de estágios e, para ter um processo de seleção que chamasse a atenção e fugisse do tradicional, junto com a 99jobs criou um chatbot que assume a figura de Paula, uma jovem negra “que faz estágio” em uma das agências do Itaú. Durante o processo, Paula interage com os candidatos.

A missão do chatbot, conforme destaca a Época Negócios, foi a de “não só identificar qualidades profissionais, mas também perfis éticos que se adequem ao banco”.

Além de inovadora a iniciativa pode ser vista como um case de inclusão. A personagem atraiu candidatos negros que identificaram que ali, naquela oportunidade, havia espaço para as classes tidas como minorias.

Concluindo

Mais uma vez, nas palavras de Luiza: “como eu posso ter uma empresa para todos se eu não tenho o pensamento de todos?”. Seja por convicção ou por uma questão estratégica, em pouco tempo não haverá espaço para organizações que não colocam em prática políticas de diversidade.

Para encerrar, destacamos que qualquer estratégia deve sempre contar com o apoio da alta direção. Trabalhar a diversidade nas empresas apenas para “seguir a onda” pode ser um tiro no pé se a organização não mantém um discurso alinhado e não coloca em prática ações em todos os níveis hierárquicos.

Ao criar um ambiente de equidade, lembre-se também de que se cada empresa é única, o mesmo ocorre com iniciativas de diversidade. Todo programa precisa levar em conta a cultura e o contexto específicos da organização.

Agora conte para nós, o que você pensa sobre o tema diversidade nas empresas? Sua organização possui alguma iniciativa? Em caso afirmativo, compartilhe conosco para que possamos disseminar bons exemplos.

Esperamos que este artigo tenha sido útil a você. Fique à vontade para compartilhá-lo com seus colegas. Aproveite que está aqui e acompanhe nossos outros materiais publicados no Glicando, o blog da Glic Fàs.

Créditos imagem: Pixabay por Gerd Altmann.

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
  • Diretora Executiva
  • Mentoria em gestão de negócios.
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